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Realista, ambicioso e violento. ‘The Penguin’ vai ajudar a criar um novo cânone

O arqui-inimigo de Batman tem finalmente uma série só para ele. ‘The Penguin’ é uma minissérie dedicada ao vilão. Estreia a 20 de Setembro, na Max.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
Colin Farrell
©DRThe Penguin
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Dois anos após a estreia de The Batman, de Matt Reeves, este lado do multiverso da DC começa a ganhar mais espaço com a minissérie The Penguin. Uma produção que marca o regresso do actor irlandês Colin Farrell ao papel de Oswald (Oz) Cobblepot, o gangster que dá pela alcunha de Pinguim. A história arranca pouco tempo após a conclusão do filme que lhe dá origem e antecede a estreia de The Batman: Parte II, que deve estrear lá para 2026.

Passaram mais de 80 anos desde que o Pinguim chegou ao mundo aos quadradinhos, nos então Detective Comics, nome depois encurtado para DC Comics, pelas mãos de Bob Kane e Bill Finger. É um dos vilões mais populares das histórias de Batman, o super-herói mais humano da DC, e desde os anos 1960 que tem vindo a ser interpretado por vários actores, tanto em televisão como em cinema. Um dos mais marcantes foi, claro, Danny DeVito, em Batman Regressa (1992), o segundo filme que Tim Burton dedicou ao assunto, com Michael Keaton a entrar para a história com a capa do homem-morcego. Mas o universo criado por Matt Reeves em The Batman (2022) – com Robert Pattinson no papel principal – tem os pés mais assentes na terra, situando-se muito longe da estética fantasiosa, bizarra e sarcástica. Em comum, têm o ambiente sombrio, próprio de Gotham City, mas Reeves criou uma base mais realista, num enredo focado na política e na corrupção. Embora com os psicopatas do costume, tendo-se no filme destacado o vilão Enigma. Na verdade, em The Batman o personagem Oz Cobblepot tinha um papel mais secundário, mas foi o primeiro a chegar ao streaming em nome próprio.

Colin Farrell
©DRThe Penguin

The Penguin arranca pouco tempo após a morte do mafioso Carmine Falcone, o chefe da família empregadora de Oz, que lhe passou para as mãos um clube nocturno para gerir, com muitas ilegalidades a acontecer dentro de portas. Mas Oz irá agora tentar tomar as rédeas do mundo do crime em Gotham, ao mesmo tempo que todos parecem subestimar a sua malvadez e talentos criminosos. Por outro lado, tanto no filme, como agora na série, conseguimos vislumbrar uma réstia de humanidade no homem que cresceu a tentar provar do que era capaz, mesmo sob a alcunha de Pinguim, uma alcunha malvada que lhe atribuíram pelas suas características físicas.

“Tive liberdade para contar as histórias que queria”

Nesta nova minissérie, Matt Reeves mantém-se ligado ao universo por si criado como produtor, mas passou o leme a outra criadora: Lauren LeFranc, argumentista e produtora de Os Agentes S.H.I.E.L.D. (2013-2020), com o selo da concorrência Marvel. Numa nota enviada à imprensa, LeFranc recorda o convite. “Fiquei surpreendida por estarem interessados na minha visão de um gangster violentamente ambicioso. Historicamente, uma mulher com ascendência mexicana não é a primeira escolha para escrever uma história como esta, o que também me entusiasmou”, escreve. A criadora aceitou, sentindo que esta seria uma oportunidade de explorar este tipo de personagem através de uma perspectiva diferente, o que era precisamente o pretendido. “Felizmente, o Matt e o seu parceiro de produção, Dylan Clark, deixaram claro que não estavam interessados no que seria normal [numa história assim]. Embora quiséssemos honrar os comics, nunca estivemos limitados por eles, e eu tive liberdade para contar as histórias que queria, explorar os temas e os tons que me interessavam, e criar um novo cânone”.

Sobre o interesse de voltar a explorar a história de um “homem branco de meia-idade, volátil e narcisista, que deseja poder”, LeFranc encarou a oportunidade como um desafio para, ao longo de oito episódios, explorar a psicologia de Oz, “mostrando a sua lógica perversa e a sua história sem a glorificar”. Tal como o filme, a criadora sublinha que a série acaba por reflectir um pouco do mundo em que vivemos, explorando temas como trauma, masculinidade, identidade, narcisismo, riqueza e disparidade de classes, destacando ainda as dificuldades que a produção foi enfrentando ao longo do caminho, sobrevivendo “aos invernos de Nova Iorque, ao protagonista num fato com próteses e a algumas greves”.

Além de Colin Farrell, o elenco conta ainda com Cristin Milioti no papel de Sofia Falcone, Rhenzy Feliz, como o jovem indigente contratado por Oz; e os experientes actores Shohreh Aghdashloo e Clancy Brown, nos papéis de Nadia e Salvatore Maroni, os líderes da outra poderosa família do crime. No dia de estreia fica disponível o primeiro episódio e o segundo apenas na segunda-feira 30 de Setembro. A partir daí, estreia um novo episódio a cada segunda-feira.

Max. Estreia a 20 de Setembro

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