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Riscas ou xadrez? É flanela portuguesa, com certeza

Do Porto para Lisboa, a Portuguese Flannel abriu naquela que é uma das ruas mais cool do mundo. Entrámos nesta loja dedicada à flanela portuguesa, mas prestes a abrir alas para os algodões de Primavera.

Mauro Gonçalves
Escrito por
Mauro Gonçalves
Editor Executivo, Time Out Lisboa
Portuguese Flannel, Cais do Sodré
© Francisco Romão Pereira
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Há mais uma paragem obrigatória no roteiro de compras do Cais do Sodré. Fica na rua que a Time Out recentemente elegeu como uma das mais cool do mundo – em sétimo lugar, numa lista de 30 –, e desceu do Porto só para se juntar ao rol de marcas portuguesas que já abundam por estas bandas (que não são poucas). Fundada em 2013, a Portuguese Flannel precisa de recuar muito mais para contar a própria história.

Além de irmãos, António e Manuel Magalhães são parceiros de negócio há mais de uma década. “A minha família está ligada à produção têxtil desde os anos 30. O meu bisavô começou por abrir uma fábrica, que mais tarde cresceu para ter confecção também”, recorda António, de passagem pela nova localização lisboeta. Uma história familiar com um capítulo trágico – a morte do pai, neto do fundador, resultou na divisão do grupo e no afastamento dos dois irmãos. Aparentemente, o bichinho nunca deixou de estar lá e, anos mais tarde, António e Manuel voltaram a encontrar-se com a indústria do vestuário.

Portuguese Flannel, Cais do Sodré
© Francisco Romão Pereira

“Tínhamos essa relação familiar com o têxtil e vários contactos na área. Portugal não tem grande tradição de marcas, então vimos aí uma oportunidade”, continua. A primeira colecção foi lançada há 11 anos, com passagem por Paris, Londres e pelos Estados Unidos, o que explica o facto da Portuguese Flannel ter pontos de venda além-fonteiras.

Ao mesmo tempo, os irmãos Magalhães quiseram trazer algo novo para o guarda-roupa masculino. A partir de uma base clássica – em particular de uma peça-chave, a camisa – arrojaram com novos padrões e texturas. Se a montra de Inverno tem na camisa de flanela, muitas vezes marcada pelo tradicional xadrez, quando o Verão se aproxima, este material quente e robusto dá lugar a silhuetas mais fluidas, padrões exuberantes e bordados delicados.

Portuguese Flannel, Cais do Sodré
© Francisco Romão Pereira

A loja segue um estilo sóbrio que a destaca na Rua da Boavista. À entrada, o chão em tijoleira, “incerada à moda antiga”, replica a casa dos avós de António e Manuel. Lá dentro, o ambiente é quase o de uma alfaiataria exclusiva, onde o leque de opções já vai muito além da camisaria – há calças e malhas, ambas produzidas em Portugal, e ainda colaborações recentes que exploram o território dos acessórios. Os sapatos mais clássicos são produzidos com a centenária Sanders, enquanto os modelos casuais resultam da união de esforços com a italiana Fracap.

E nem só homens entram pela porta à procura de algo para vestir. As mulheres já são uma fatia considerável da clientela. Uma camisa oversized nunca ficou mal a ninguém.

Rua da Boavista, 43. Seg-Dom 11.00-19.00

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