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Governo e ANA – Aeroportos de Portugal assinaram acordo para alterar taxas aeroportuárias e permitir à concessionária investir de imediato na construção do novo aeroporto do Montijo. O projecto contempla uma pista de 2400 metros e uma nova ligação à Ponte Vasco da Gama.
O memorando de entendimento foi celebrado há dois anos, em Fevereiro de 2017. Esta terça-feira, 8 de Janeiro, o acordo assinado sela o consenso alcançado sobre os principais pressupostos técnicos, operacionais e financeiros do empreendimento, totalmente financiado pelo sector privado, e prevê investimentos de 1747 milhões de euros até ao final da concessão. O novo aeroporto do Montijo (MTJ) contará com um edifício central de 101.200 metros quadrados e uma área de check-in com dez balcões.
A discussão sobre a falta de espaço na Portela não é recente, agravando-se com a entrada das companhias low cost no mercado de aviação, que contribuíram para o aumento do tráfego aéreo. Actualmente, o Aeroporto Humberto Delgado opera no limite da sua capacidade nas horas de pico. Remodelá-lo e adaptar a base da Força Aérea do Montijo para uso civil é a solução apresentada para aumentar, a curto prazo, a oferta aeroportuária da região de Lisboa. O objectivo é que o MTJ atraia o tráfego das transportadoras de baixo custo e o renovado aeroporto da capital seja local de escala para África e a América, dada a sua posição estratégica.
A base área não foi, contudo, a única proposta de localização para o novo aeroporto, mas foi a melhor avaliada em todos os parâmetros, excepto no impacto ambiental que poderá ter para o Estuário do Tejo, habitat protegido por vários estatutos nacionais e internacionais. A ANA ainda não entregou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que deverá contemplar um conjunto de medidas estratégicas, como gestão preventiva e monitorização através de radar.
Entre os investimentos previstos, está a expansão em 32% do Aeroporto Humberto Delgado, com um aumento de 115.500 metros quadrados, e o número de balcões de check-in a ultrapassar os 151, mais 40 do que actualmente, apurou a Time Out. Para além disso, o investimento na capacidade de processamento de raio-x vai permitir atingir os 240 passageiros por hora e o sistema de bagagens passará a ocupar 5800 metros quadrados. Haverá ainda um aumento de posições de contacto e de estacionamento de aeronaves, bem como de tempos de ligação reduzidos.
A área de controlo de passageiros do futuro aeroporto do Montijo contará com 14 balcões e outros 16 postos automáticos, para além de um total de 11 equipamentos de raio-x e seis tapetes de recolha de bagagem. À pista de 2400 metros, somam-se 36 posições de estacionamento das aeronaves. A conclusão das obras está prevista para 2022 e o aeroporto beneficiará de um vasto conjunto de acessibilidades, cujo investimento consta também do projecto.
Entre as principais redes de mobilidade previstas, está uma nova ligação à Ponte Vasco da Gama, reforço do serviço fluvial entre o Montijo e o Cais do Sodré, shuttle entre o terminal e o cais fluvial do Seixalinho, zonas de contacto e parques de táxi e autocarros.
Com uma capacidade de 48 movimentos por hora na Portela e 24 movimentos por hora no Montijo, o sistema dual de aeroportos proposto poderá absorver o crescimento expectável do tráfego até ao final da concessão, que se mantém em 2062.