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Diz o provérbio que a descer todos os santos ajudam, mas neste caso é preciso subir até à Sé para encontrar o Santa, um novo restaurante que pede emprestado o nome à privilegiada localização, em plena freguesia de Santa Maria Maior.
A carta está pejada de trocadilhos sem nunca, porém, evocar nomes em vão. Assim se explica o nome Tá comigo, tá com… (12€), uma das entradas no menu, com tacos de Ossobuco, cebola frita e pickles caseiros.
A abertura do Santa aconteceu em plena pandemia, de forma discreta. Com o encerramento de um restaurante italiano naquele lugar, dois amigos brasileiros agarraram a oportunidade e lançaram-se ao desafio de criar um restaurante de cozinha portuguesa contemporânea.
O espaço foi pensado para ser fotografado. Com a dureza do chão em pedra contrastam as paredes e cadeiras cor-de-rosa, os detalhes dourados e umas janelas abertas que deixam a luz da cidade entrar. Não há debate sobre a melhor mesa: é a do fundo, em frente a uma janela que emoldura as escadinhas do Beco do Quebra Costas, qual postal. Danilo Dantas, um dos donos, não esconde que a ideia é mesmo ter um espaço instagramável.
Da abertura até hoje já houve trocas na cozinha: a David Santos sucedeu Ricardo Santos, chef brasileiro que manteve grande parte dos pratos já criados pelo seu antecessor com a ajuda da chef Luisinha. Para começar, há ceviche do nosso Tejo (é mesmo este o nome do prato), bolinhos de polvo (10€), sardinha em crosta de milho crocante (9€), e uma série de outras sugestões pensadas para partilhar. Salta também à vista o tártaro da Sé (14€), um tártaro de salmão com emulsão do chef e ovas de wasabi servido numa base negra crocante – e que desaparece de qualquer mesa num espaço de segundos.
As opções de prato principal dividem-se entre o que é do mar, sugestões de carne e duas opções vegan: uma salada fria de quinoa (€16) e um risoto de cevada (€16) com mix de cogumelos. Um dos pratos em destaque é o polvo asiático (18€), um polvo glaceado em molho de ostra com arroz de clorofila.
Com a chegada do Outono, a carta recebe novos pratos. Há costeletas de borrego grelhadas temperadas com ervas finas, demi glace de ervas e hortelã e beringela assada (19€), e esparguete de batata doce (18€) com costela assada desfiada, molho demi glace, tiras de presunto de Parma assado e lascas de grana padano. A última novidade é o pecado perdoado (23€), um pecado composto por dois tipos de camarão – Tigre e Carabineiro –, vieiras, molho de ovas de vieiras com leite de coco e Amarguinha, espargos e cenouras grelhados.
Para adoçar a boca, há fartura. Ou melhor, não há farturas, mas há churros: bolinhas de churros (9€) com requeijão de cabra com mel para mergulhar em caramelo salgado e depois fazer rolar pelo crumble. Outro dos destaques das sobremesas é a bebinca (9€), aqui servida com sagu de doce de leite, chocolate cremoso, crumble e gelado de baunilha.
O restaurante funciona todos os dias entre as 09.00 e a meia-noite, depois de Danilo perceber que muitos espaços de restauração em Portugal fechavam à tarde entre refeições. “Às vezes queria almoçar às 16.00 e era quase impossível”, conta. É da experiência que se vão afinando estratégias, como a da inclusão de um brunch no menu. A existência de muitos turistas na zona em busca de um pequeno almoço reforçado para enfrentar as colinas lisboetas levou a que o Santa passasse a oferecer a resposta. Custa 15€ e é servido das 09.00 ao meio-dia. Inclui uma bebida quente, um sumo natural, açaí ou iogurte, e uma das seguintes opções: torrada, tosta, crepioca ou panqueca, com topping à escolha.
Rua São João da Praça 103. Seg-Dom 09.00-00.00.
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