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Ao contrário do que se poderia pensar, a Palavra do Ano da Porto Editora não foi nem ‘pandemia’, ‘confinamento’ ou ‘Covid-19’. Num 2020 em que todas estas palavras estiveram no léxico de milhões de portugueses, a escolha recaiu sobre outro vocábulo bem português: ‘saudade’.
“Palavra genuinamente portuguesa, ‘saudade’ é um sentimento muito presente como consequência do distanciamento físico e, também, da ruptura em relação às rotinas mais simples e banais”, justifica a editora na página da iniciativa. As palavras finalistas foram, de facto, algumas das enumeradas acima. ‘Confinamento’, ‘Covid-19’, ‘digitalização’, ‘discriminação’, ‘infodemia’, ‘pandemia’, ‘sem-abrigo’, ‘telescola’ e ‘zaragatoa’ foram as palavras candidatas.
A Palavra do Ano, “é uma iniciativa da Porto Editora que tem como principal objectivo sublinhar a riqueza lexical e o dinamismo criativo da língua portuguesa, património vivo e precioso de todos os que nela se expressam, acentuando, assim, a importância das palavras e dos seus significados na produção individual e social dos sentidos com que vamos interpretando e construindo a própria vida”.
“A lista de palavras candidatas a Palavra do Ano é produto do trabalho permanente de observação e acompanhamento da realidade da língua portuguesa, levado a cabo pela Porto Editora, através da análise de frequência e distribuição de uso das palavras e do relevo que elas alcançam, tanto nos meios de comunicação e redes sociais como no registo de consultas online e mobile dos dicionários da Porto Editora, tendo em consideração também as sugestões dos portugueses através do site www.palavradoano.pt”, explica a Porto Editora sobre o processo de decisão.
Em 2019, a palavra eleita foi ‘violência doméstica’, num ano marcado pelo número de casos reportados às autoridades com consequências graves para as vítimas.