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Era uma vez um jovem canadiano de 23 anos, de seu nome Scott Pilgrim, que conhece finalmente Ramona, literalmente a rapariga dos seus sonhos. Mas para poderem ficar juntos, Scott terá de derrotar os sete maléficos ex-namorados (os Evil Exes) da sua recém-descoberta paixão. Depois do filme e do videojogo, este universo narrativo ganha agora uma nova dimensão com a série de animação Scott Pilgrim Dá o Salto, que estreia na Netflix a 17 de Novembro (sexta-feira). Os actores Michael Cera, Mary Elizabeth Winstead, Brie Larson, Kieran Culkin, Anna Kendrick ou Aubrey Plaza estão de regresso aos papéis que interpretaram na longa-metragem Scott Pilgrim contra o Mundo, de 2010.
Este filme era a adaptação em imagem real das novelas gráficas criadas por Bryan Lee O'Malley (com seis volumes publicados entre 2004 e 2010). Misturava pessoas a sério com sequências inspiradas em videojogos 16 bit e uma estética que também bebia da linguagem de banda-desenhada, socorrendo-se de caixas de comentários, marcas de movimento e texto onomatopaico acompanhado de efeitos sonoros. Mais ou menos na mesma altura, a Ubisoft lançou o videojogo para a Playstation e Xbox, o que encaixou que nem uma luva neste universo. No final de contas, trata-se de um mundo de fantasia com artes marciais à mistura, em que a batalha de Pilgrim contra os Evil Exes funciona tal e qual um videojogo, onde cada combate é uma passagem para o nível seguinte até ao big boss final.
Com apenas 13 anos, Scott Pilgrim contra o Mundo (que pode ser visto no streaming da SkyShowtime) é considerado um filme de culto e um estudado exemplo de narrativa transmedia. O realizador Edgar Wright é, também por isso, produtor executivo da nova série anime, tal como Bryan Lee O'Malley. Mas há (muitos) mais regressos. Todos os actores do filme de 2010, muitos dos quais com bastante mais peso no mercado hoje em dia, estão de volta para emprestar as vozes aos mesmos personagens, agora animados. Ou seja, Michael Cera regressa como Scott Pilgrim, o baixista de 23 anos dos Sex Bob-Omb; Mary Elizabeth Winstead como Ramona, acabada de chegar a Toronto; Kieran Culkin como Wallace Wells, o amigo gay de Pilgrim; Anna Kendrick como a irmã Stacey Pilgrim; Brie Larson como Envy Adams, ex-namorada de Pilgrim e vocalista dos The Clash at Demonhead; Mark Webber como Stephen Stills, líder dos Sex Bob-Omb; Aubrey Plaza como Julie Powers, ex-namorada de Stephen; Johnny Simmons como Young Neil, que vive com Stephen; Ellen Wong como a adolescente Knives Chau, apaixonada por Pilgrim; além de Satya Bhabha, Chris Evans, Brandon Routh, Jason Schwartzman e Mae Whitman como os Evil Exes.
“Um dos aspectos mais bonitos de fazer Scott Pilgrim é que, cerca de 14 anos depois de termos feito o filme, ainda somos todos amigos e vemo-nos sempre que podemos”, diz Edgar Wright, citado num comunicado da Netflix. Para o realizador, foi “emocionante, comovente e hilariante” voltar a ouvir os actores a interpretar os seus papéis. “Estamos a dar-lhes a oportunidade de revisitar algo que significou muito para eles, mas também estão a trazer os seus anos de experiência, a sua perspectiva sobre estas personagens e isso leva a coisas fantásticas.” Wright revela ainda que todos se têm mantido em contacto, através de uma cadeia de emails que remonta a 2010 (coisa rara nos tempos que correm). “Fiquei feliz por poder contactar toda a gente com a notícia de que tínhamos finalmente encontrado uma forma de continuar a aventura. Ver (e ouvir) toda a gente a regressar aos seus papéis foi um verdadeiro prazer.” Se Scott Pilgrim contra o Mundo tem um total de 1h52, os oito episódios de Scott Pilgrim Dá o Salto (cada um com menos de meia hora) perfazem um total de 3h51, quase o dobro da primeira adaptação audiovisual. Ou seja, a série vai buscar elementos tanto à novela gráfica como à longa-metragem, mantendo o fio condutor, numa adaptação que pode ser vista por quem não leu ou viu as versões anteriores.
A música tem também um papel importante em Scott Pilgrim. Por exemplo, a banda sonora da longa-metragem incluía temas escritos por Beck (“Threshold”, interpretada pelos Sex Bob-Omb) ou Metric (“Black Sheep”, interpretada pelos The Clash at Demonhead). Beck escreveu também o tema principal, “We Are Sex Bob-Omb”, interpretado por Webber. Em Scott Pilgrim Dá o Salto, o tema do genérico é “bloom”, composto pelos Necry Talkie, uma banda de rock japonesa, e a banda sonora inclui canções originais dos Anamanaguchi, banda nova-iorquina do género chiptune pop-rock, que usa sons de antigos computadores, consolas e máquinas de arcade nos seus temas. E que já tinha colaborado na banda sonora de Scott Pilgrim vs. the World: The Game.
Netflix. Estreia a 17 de Novembro
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