[title]
Na manhã desta quinta-feira, o presidente e o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa apresentaram um plano de acção para a rede de ciclovias da cidade, a ser desenvolvido até 2025. As principais propostas passam pelo aumento da rede e da segurança e conforto de quem circula nas ciclovias. O plano defende ainda a ligação dos troços espalhados pela cidade, com particular enfoque nas zonas de escolas e universidades. O aumento de investimento nesta área da mobilidade urbana também será aplicado à rede de bicicletas partilhadas GIRA, que terá mais estações e bicicletas. No entanto, não foram avançados planos concretos, nomeadamente em relação à ciclovia da Avenida Almirante Reis, cujo projecto será apresentado ainda este semestre.
“Para termos políticas de mobilidade não podemos ter políticas de fricção”, disse Carlos Moedas. O autarca abriu a apresentação do Plano de Acção 2024/2025 com uma intervenção em que se mostrava investido em reduzir a polarização política. Neste caso, em torno do debate sobre a mobilidade da cidade de Lisboa. “Nós decidimos ter a maior neutralidade nesta auditoria”, referiu, sublinhando que o documento tem por base uma auditoria contratada à dinamarquesa Copenhageniz, “uma empresa de Copenhaga muito conhecida” e “uma empresa que olha para este problema do lado de que anda de bicicleta”. “O que é que esta auditoria veio fazer? Que havia falhas e lacunas graves na nossa rede ciclável é a primeira conclusão da auditoria. Segundo, havia muitas descontinuidades na nossa rede. Terceiro, que os próprios utilizadores não se sentem seguros”, destaca o presidente da Câmara de Lisboa.
O responsável pela apresentação das linhas gerais do plano foi o vice-presidente, Filipe Anacoreta Correia, que começou por revelar o quanto valeu a auditoria para o desenho do plano que estará em marcha até ao próximo ano: “Baseamos-nos no relatório da auditoria, um instrumento de trabalho que nós usamos com sentido crítico, muitas vezes acolhendo totalmente, outras vezes acolhendo apenas em parte, outras recusando e encontrando soluções que nós entendemos que são mais apropriadas”. Para elaborar este relatório, a Copenhageniz explorou a rede existente durante quatro dias, escalpelizou os dados de utilização da rede (fornecidos pelo SIG – Sistema de Informação Geográfica) e realizou um inquérito online que teve a duração de um mês, em Junho do ano passado.
A verdade é que está prometido um aumento do investimento nesta área. Segundo os dados revelados na apresentação, entre 2022 e 2025 o investimento total na rede ciclável deverá atingir os 22,3 milhões, uma subida face aos 15,8 milhões investidos entre 2018 e 2021. Soma-se ainda um apoio financeiro de 400 mil euros, oriundos do Programa BIC Bloomberg, para as ligações da rede de ciclovias a 120 escolas, não substituindo os dois milhões já destinados para esta finalidade, como sublinhou o vice-presidente. O plano de acção prevê ainda o aumento da rede ciclável em 50%, o que se irá traduzir em mais 56 ciclovias/ligações (13 milhões de investimento) e mais 90 quilómetros de rede. Para a manutenção da rede está reservada uma verba de 1,7 milhões. Relativamente à rede GIRA, em 2025 todas as 24 freguesias terão estações, num total de 193 espalhadas por toda a cidade, ou seja, mais 41 do que as que actualmente estão instaladas. Quanto ao número de bicicletas, o plano é que em 2025 a cidade tenha 1900 em circulação, 1800 das quais eléctricas. Neste momento, são 1459 as bicicletas activas (1269 eléctricas).
O caso Almirante Reis
A auditoria revelou que as três vias que apresentam um maior número de problemas de segurança são a Avenida 24 de Julho, a Rua Professor Pinto Peixoto (Lumiar) e a Avenida Almirante Reis. E é a ciclovia da Almirante Reis que tem sido objecto de maior controvérsia. Sobre o plano para este eixo estruturante, só mais para a frente será apresentado. “A Avenida Almirante Reis é realmente uma das vias que levanta muitos problemas, como a auditoria confirma”, disse Filipe Anacoreta Correia, prometendo que este semestre será apresentado o desenho da “visão” deste executivo para a avenida. O vice-presidente revela que o objectivo será compatibilizar as redes rodoviária e ciclável, através de “alterações muito significativas que, em grande medida, respondem a vários dos aspectos que são assinalados também na auditoria em termos de segurança”. O que, avança, ”aponta para um redesenho estruturante daquilo que hoje em dia é a infra-estrutura existente”.
A Time Out é linda! Junte-se a nós no Santo António à la Time Out
+ Vale de Santo António: construção de 2400 casas de renda acessível tem sinal para avançar