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Para chegar à recém-inaugurada loja de Fátima Lopes, é preciso atravessar o lobby do hotel Turim, no cimo da Avenida da Liberdade. Nos últimos anos, a designer de moda portuguesa – entre os nomes mais sonantes da indústria em Portugal – tem ocupado um espaço a cinco minutos daqui, entre a Rua Rodrigues Sampaio e a Travessa do Enviado de Inglaterra. É lá que funciona o atelier, coração de uma marca que, em Setembro, assinalou 30 anos de vida. Vir para a avenida mais luxuosa do país não chega a ser um desejo tão antigo, mas era um sonho há muito na gaveta.
“Saí do Bairro Alto há sete anos com a intenção de vir abrir uma loja na Avenida da Liberdade. O sonho sempre foi vir para aqui. Agora, surgiu a oportunidade e foi no timing certo”, afirma a criadora de moda, à conversa com a Time Out, no rescaldo da inauguração. A pequena loja não é a primeira a trazer a moda portuguesa para dentro deste hotel lisboeta – há quase uma década que Luís Onofre se fixou num dos espaços com vitrine para a rua.
“Cada vez mais, quem chega a Lisboa e procura moda vem à Avenida da Liberdade, apesar de só termos praticamente marcas estrangeiras, o que também é uma lacuna. É claro que tenho ali uma loja muito maior, mas esta é aqui. E ficam a 200 metros uma da outra, com o atelier. É preciso fazer um arranjo? Só temos de atravessar a Avenida”, continua.
Para a nova loja trouxe um pouco de tudo – malhas casuais, fatos e sobretudos, vestidos de noite, sapatos e acessórios para homens e mulheres. Tudo para responder a um público que diz ser diverso e intergeracional. “Vai das muito miúdas a pessoas mais velhas. E eu preciso de roupa para todos os dias, por isso também tenho calças de ganga ali, roupa para ir ao ginásio. É uma questão de gostarem do estilo e de não terem medo de ser diferentes. Há pessoas que gostam de andar no meio das outras sem serem notadas. Um cliente Fátima Lopes não pode ser assim. Vai ser notado de certeza, porque a minha moda é feita para isso.”
Para trás estão 30 anos de carreira – com o próprio nome a afirmar-se como marca –, 18 dos quais passados no Bairro Alto, onde Fátima Lopes ocupava um prédio inteiro. “A verdade é que naquela altura fazia todo o sentido. Já estava muito cansada e a própria marca evoluiu noutra direcção.” Já as três décadas não passaram em claro. A festa fez-se no final de Setembro, num desfile com mais de 1700 convidados, em Lisboa. Cidade que a designer, natural da Madeira, não quer deixar tão depressa.
“Durante 21 anos da minha vida, a coisa mais importante para mim era desfilar em Paris. De repente, o mundo parou e eu apercebi-me que Paris não era o mais importante. Na altura, foi fundamental. Nunca teria feito uma marca internacional se não tivesse ido para Paris. Não quer dizer que não volte, simplesmente não está planeado”, remata.
Quando o assunto é a capital portuguesa, a conversa é outra. Depois de “43 desfiles consecutivos” na cidade-luz, os próximos dois vão acontecer aqui. “Sou muito mais feliz em Lisboa. Fazer um desfile em Paris era uma responsabilidade imensa, em Lisboa é um prazer imenso.”
Avenida da Liberdade, 247. 213 240 550. Seg-Sáb 10.00-19.00
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