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A maior referência que o comum mortal tem da cozinha nórdica é a cafetaria do Ikea, onde se comem boas almôndegas suecas, admite Ana Bassie. Mas a cozinha nórdica não é só isso: no Skøra, um novo restaurante no Saldanha, há o melhor que se come na Dinamarca e nas ilhas Faroé mas também um bocadinho de tudo o que é nórdico.
“Os dinamarqueses são dos maiores produtores de carne de porco. O John, o meu companheiro, é dinamarquês, por isso trouxemos para aqui o que lá se come no dia-a-dia: a carne de porco e o salmão. Mas diariamente vamos tendo outros pratos de outras nacionalidades”, explica Ana, que é portuguesa mas trabalha há anos numa empresa dinamarquesa.
A ementa não é muito extensa mas é tudo 100% biológico e tudo feito na cozinha do Skøra, até as charcutarias com os nomes mais difíceis, e tudo com produtos bem portugueses – as frutas e legumes, por exemplo, vêm de pequenas produções em Colares. “A comida nórdica é o mais fresca possível”, reforça. Um dos grandes fortes são as sandes abertas, “o almoço típico dinamarquês”, feitas com uma base de pão escuro e com topping de gravlax de salmão com beterraba, gengibre, limão, mostarda; com topping de bacalhau, camarão, batata ou carne (entre os 2,50€ e os 4€ cada). Nos pratos de peixe há bacalhau fresco com risoto de citrinos (13€) ou salmão escalfado em laranja (14€) mas nos de carne há muito mais escolha – há as salsichas medista, com couve roxa, batata e gravy (8€), o flaesksteg, que é uma peça de entremeada com pele que assa durante três a quatro horas (10€), o krebinetter, um hambúrguer de porco panado com molho de legumes (9,50€) ou as almôndegas em versão dinamarquesa frikadeller. E há sempre uma versão vegetariana, não fixa.
As sobremesas são outro caso especial no Skøra – assim que se entra no restaurante cheira a canela. Todos os dias há cinnamon rolls caseiros, um dos bolos típicos dinamarqueses. “O original dinamarquês é feito com uma massa semi-folhada, nós adaptámos, temos de ir um bocadinho ao encontro da nossa cultura”, diz. Desde que abriu o restaurante, há um mês, fá-los todos os dias de manhã e à tarde, mas ainda não os vendeu individualmente – é oferta para todos os clientes (se se tornar pedido oficial, há de ficar pelos 1,20€). Depois há o ris à la Mande, uma versão do nosso arroz doce, mas que coze só em leite. “A gastronomia dos dinamarqueses não é muito rica, mas é criativa”, explica Ana, que viveu nas ilhas Faroé, onde era para ter aberto este restaurante, e onde “ninguém sabe comer um peixe inteiro”, ri-se.
Quanto ao nome, Skøra, foi escolhido por ser uma palavra dinamarquesa facilmente pronunciável pelos portugueses (lê-se secóra). “É uma planta lindíssima, simples, mas que nas ilhas Faroé é uma praga.”
Avenida Duque de Ávila, 45 (Saldanha). 96 693 8425. Seg 09.00-16.00, Ter-Sex 09.00-23.00, Sáb 16.00-23.00.