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Taberna da Rua das Flores desce até à Praça de São Paulo e toma conta do quiosque

Catarina Portas e João Regal convidaram os taberneiros da Rua das Flores, liderados por André Magalhães, para fazer uma carta de petiscos e bebidas portuguesas no Quiosque de São Paulo.

Escrito por
Inês Garcia
Quiosque São Paulo
DR
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O desconfinamento prossegue ao ar livre, com restaurantes a apostar em novas esplanadas sempre que podem para compensar a lotação reduzida no interior, e o bom tempo vai ajudando a construir o novo normal – com boa comida e bebida, de preferência. A Taberna da Rua das Flores, que no Chiado tem agora apenas 14 lugares e turnos com reservas, está firme mas expandiu o seu negócio taberneiro ao Cais do Sodré, através de um convite de Catarina Portas e João Regal, proprietários do único quiosque privado em Lisboa, o Quiosque São Paulo. 

Quiosque São Paulo
André Ribeirinho

Com 30 lugares de esplanada, o quiosque ganha agora nova vida numa empreitada feita por André Magalhães e os seus sócios, Bárbara Cameira e Tiago Alves, em apenas dez dias. Fazem toda a produção e confecção n’A Taberna e servem depois no quiosque petiscos portugueses, bem conhecidos dos lisboetas mas muitos caídos em desuso. 

Começam logo às 09.00 a servir pequenos-almoços. Esqueça os flat whites e cappuccinos, aqui a ordem é a tradição e por isso há galões e garotos, caldinhos, ou seja, café com cheirinho de aguardente (para começar bem o dia), bolos de arroz, rochas e pão de leite com marmelada.

Quiosque São Paulo
André Ribeirinho

A ementa muda às 11.30 e mantém-se até às 23.00 com várias sanduíches, como a de torresmos da Casa Cid (que fechou permanentemente no início deste ano), com manteiga de chouriço, a de sangacho e cebola, de lula frita ao estilo bocadillo de calamares ou a de presunto e queijo da Ilha (3,50€). É aqui também que fazem o regresso da mítica miomba, “a mãe das bifanas e dos pregos”, explica Tiago, celebrizada pelo antigo Rei das Miombas no Parque Mayer e renascida na Taberna da Rua das Flores em 2012. Trata-se de uma sandes com uma fatia fina de carne do cachaço em vinha d’alhos, aqui servida com batatas Ti-ti (5€).

Quiosque São Paulo
André Ribeirinho

Os petiscos prosseguem com ovos verdes (1,50€), pastéis de massa tenra (1,80€) e bolinhos de bacalhau (1,50€). Há saladinhas para ir picando, como a de polvo, orelha, cavala, feijoca ou punheta de bacalhau (4€). Conforme o tempo pedir e os ingredientes chegarem bons e frescos, poderão ir adicionando novos petiscos ao menu, como os caracóis ou as amêijoas.

Não faltam também tremoços temperados, azeitonas galegas e amendoins (1€) para acompanhar a imperial. Na parte das bebidas, André Magalhães também decidiu recuperar para este quiosque a receita do refresco de salsaparrilha, do século XIX, utilizando ingredientes de ervanárias portuguesas. A este juntam-se as bebidas de groselha, flor de sabugueiro, capilés ou mazagrans, sem esquecer nunca os aperitivos e xiripitis à moda dos botequins e licoristas da Lisboa antiga.

Para adoçar, conte com mousse de chocolate ou o clássico pudim Mandarim.

O primeiro quiosque da Praça de São Paulo terá aberto em 1870 e era conhecido como o Quiosque Castanheira. Tinha colunas dóricas em ferro forjado e painéis de vidro pintado a ouro sobre grená e as bebidas mais servidas eram o capilé, gasosa, pirolito e castanheira. Em 2013 foi vendido à cadeia Quiosque de Refresco. Em Junho de 2020, ano em que o Cais do Sodré está mais povoado por portugueses do que por turistas, por culpa da Covid-19, chega A Taberna.

Praça de São Paulo (Cais do Sodré). Seg-Dom 09.00-23.00.

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