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Falámos com Cristina Rodio, actriz de The Terror – Infamy, série passada num campo de internamento de emigrantes japoneses nos EUA na II Guerra Mundial. Estreia no Meo VideoClube.
Depois de The Terror, adaptada do livro de Dan Simmons, surge agora The Terror – Infamy, série passada nos EUA durante a II Guerra Mundial, quando o governo internou, em campos de concentração no interior do país, emigrantes japoneses e cidadãos nipónico-americanos. Entrevistámos Cristina Rodio, que interpreta Luz, uma mexicana que acompanha o namorado, Chester Nakayama, do qual está grávida, para o campo. Mas há uma entidade sobrenatural que os persegue.
Quer a série original The Terror, quer The Terror – Infamy tratam acontecimentos históricos aos quais foi acrescentado um enredo sobrenatural de ficção. Esta é a única ligação entre as duas séries?
Sim. Ambas se baseiam em factos reais a que se juntou uma história de terror. Tirando isso, The Terror: Infamy tem um novo elenco, novos argumentistas, novos realizadores e produtores. É toda nova e toda diferente.
O que pensa desta combinação entre realismo e o que é fora deste mundo?
O curioso aqui é que o campo de concentração acaba por ser mais assustador do que a história sobrenatural. Muitas pessoas não sabem que isto aconteceu nos EUA e agora está a repetir-se na fronteira com o México. Por isso, é muito importante e relevante contá-la. Quanto à combinação do real e do sobrenatural, acho que resulta muito bem, porque as pessoas também têm que ser entretidas, além de informadas.
A sua personagem, Luz, está entre dois mundos. Ela é mexicana e foi expulsa de casa por estar grávida de Chester, filho de emigrantes japoneses. E também não se integra na comunidade nipónica. Como é que a define?
A Luz está a passar por um grande mau bocado. Mas ela está à frente do seu tempo. A mistura racial era então muito mal vista e proibida pelas famílias. A Luz é católica, mas está apaixonada pelo Chester. Por isso, vai contra a vontade do pai, engravida, quer ter o bebé e decide ir com o namorado para o campo de concentração. Apesar de se sentir sozinha e de ter medo que as autoridades lhe tirem o bebé.
Aliás, ela mostra ter mais coragem que o namorado. A Luz é que toma sempre a iniciativa.
A Luz só obedece a uma coisa: o seu coração. E as decisões corajosas que toma vão mudar-lhe completamente a vida.
Que pesquisas fez sobre a época em que se passa The Terror – Infamy, para compor a personagem de Luz?
Foi muito difícil, porque não conseguimos encontrar ninguém que tivesse estado numa situação semelhante à da Luz nessa altura. Por isso, discuti com o produtor e showrunner da série qual a melhor maneira de retratar a personagem. E falei muito com o George Takei – que entra, felizmente, na série – e me contou muitas histórias desse tempo. Quando ele era pequeno, esteve internado num desses campos e antes vivia com a família perto de uma comunidade de mexicanos, logo estava muito ligado ao modo de viver e à cultura deles. O George até fala espanhol. Ele lembrou-me muito a minha avó e a forma como ela falava desses tempos e como as pessoas viviam e se comportavam então. Foi uma ajuda preciosa.
Meo VideoClube (estreia T1)/Estreia no AMC em 2020