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Finos, príncipes, cachorrinhos. A terminologia clássica para os portuenses pode não ser familiar para muitos alfacinhas, mas é coisa para mudar com a nova casa da Avenida Marquês de Tomar, em Lisboa: o The Dog, especialista em cachorros e pregos, abriu para nos teletransportar para o Porto num instantinho.
Quem não conhece pode até desconfiar do petisco, mas as baguetes fininhas e pequenas prensadas escondem no interior salsicha e linguiça fresca, queijo derretido e um molho simples pincelado por cima, que o torna tudo guloso e dá um toque q.b picante (3,60€). Deve acompanhar com batata frita caseira, cortada em palitos finos (1,80€) – e o difícil é pedir apenas um. “Num dia bom, no Porto, saem 350 a 400 cachorrinhos por dia”, conta Rui Mota, que abriu a casa na Boavista em 2017 em conjunto com André Rodrigues. Juntos, estreiam-se agora na capital, onde ainda não há nada do género.
No dia da inauguração, os cachorrinhos iam saindo que nem pãezinhos quentes (literalmente), sempre com imperiais, perdão, finos a acompanhar – ou príncipes, com 35cl – para lisboetas que já sabem do que se trata ou amigos do Porto que vieram em excursão. Não fossem os lugares vazios entre casais e pequenos grupos ao balcão e até parecia que a pandemia tinha dado tréguas. “Tinha de ter balcão, era obrigatório. Tenho o espaço pronto há um ano e é muito semelhante ao do Porto. O balcão permite que haja essa proximidade com o cliente, um atendimento familiar”, descreve Rui, que trouxe duas pessoas da equipa do Norte para assegurar que está tudo nos conformes. O balcão senta 19 pessoas, há umas quantas mesas altas e uma esplanada ao fundo com capacidade para mais 30.
A matéria-prima vem toda do Porto – “era a única maneira de garantir que são iguais”. Apesar de os cachorrinhos serem o prato com mais saída e o que dá nome à casa, a ementa do The Dog tem mais que se lhe diga. “Os meus pais, no Porto, vivem a 100 metros da [cervejaria] Gazela. Eu cresci a comer cachorrinhos mas não queria nem podia comparar-me a eles. Por isso temos os cachorrinhos, sim, mas inovei nos pregos e meti uma PO [uma sandes de presunto e ovo estrelado], que eles não tinham”, adianta.
No campeonato dos pregos, feitos com carne da vazia, tem então o simples (4,70€), com queijo ou fiambre (4,90€), misto (5€), o The Dog, com queijo brie, mel e compota de cebola em vinho do Porto (5,50€) ou o prego à Hugo, com queijo, fiambre, ovo e linguiça (6,80€). No prato há prego e pica-pau e a refeição ainda se pode complementar com uma sobremesa do dia.
“Lá em cima trabalhamos muito bem almoço e jantar. Aqui acho que o forte vai ser o lanche tardio, com as pessoas que saem do trabalho às 18.00 e não se querem meter no trânsito”, acredita. Ainda assim o horário é ininterrupto, para garantir o petisco a qualquer hora.
Avenida Marquês de Tomar, 25B (Avenidas Novas). 21 797 0240. Seg-Sáb 12.00-22.30.