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Quando entrar na The Royal Rawness, uma coffee shop dedicada ao café de especialidade com opções de brunch saudável num dos quarteirões mais animados de Marvila, não vai encontrar a máquina de café. Mas se dúvidas houver de que é realmente uma coffee shop, acabam com o cheirinho vindo da máquina onde fazem a torra dos grãos de diversas origens.
Paulo Pinho e Nancy Brito, uma dupla de empreendedores, começaram a marca The Royal Rawness há cerca de um ano. Na altura torravam apenas para alguns clientes e aventuraram-se numa primeira coffee shop no Porto, no primeiro piso da loja The Feeting Room. De volta a Lisboa, abriram uma fábrica num armazém em Marvila e agora um café à séria.
Luminoso, com uma mesa de madeira alta e muito larga, bancos altos à janela para ficar a ver quem passa e outras mesas mais pequenitas, com os pés feitos com os tubos das caldeiras do armazém de trás. A razão pela qual não vai identificar à primeira a máquina de café, da marca La Marzocco, da qual são representantes, é porque esta é a primeira máquina de bancada da marca em Portugal. “Parece uma máquina de imperial mas dali saem cafés”, diz Henrique, head barista neste espaço e dono da Benjamin Coffee House na Estrela. “Temos cafés do Brasil, Ruanda, Etiópia, Colômbia, Indonésia. Temos umas amostras para ver quais os que vamos trazer e torrar cá e depois, em cima disso, montamos um blend. Fazemos uma combinação de três a quatro cafés, por exemplo”, explica.
Regra geral, uma vez por semana fazem a torra do café, cujos grãos chegam ainda verdes – duplicam o trabalho de torrefacção se tiverem pedidos de clientes (como a hamburgueria Ground Burger, em São Sebastião).
A parte de bar tem expressos (1€), cappuccinos (2,70€), long black (2€), lattes de matcha ou com açafrão e gengibre (3€), chocolate quente (2,70€) ou cold brews (3€). Para dar mais corpo à marca, assumiram o desafio de ter também “um brunch estilo australiano”, explica Paulo, com opções de pequeno-almoço e brunch a qualquer hora do dia, tudo feito com produtos locais e na maior parte das vezes orgânicos.
“Estamos a usar o melhor grão de café, porque não usar os melhores ingredientes?”, continua, reforçando que querem corresponder a dois conceitos em crescimento em Lisboa e tendência em todo o mundo: o from bean to cup (do grão para a chávena), e o from farm to table (da horta directamente para a mesa).
No menu têm o the raw royale, uma sandes de pão vegan da Gleba com espinafres, curgete ralada, salmão fumado e um ovo escalfado a 64º, feito numa hora e meia, e servido com molho holandês (12€), sandes de pastrami caseiro com queijo edam, bowls de matcha com leite de amêndoa, mirtilos, banana e coco (8€) ou iogurte com granola caseira (6€) e panquecas com caramelo de tâmara (6€) – não usam açúcares refinados, optando pela tâmara para adoçar.
Estão em soft opening mas a introduzir aos poucos mais pratos: das super saladas, como esta com cuscus com limão e ervas, legumes grelhados, queijo feta e sementes tostadas e um molho pesto caseiro, ou umas conservas de um produtor de Ferragudo, no Algarve, feitas com peixe da lota de Portimão – prove o atum com batata doce e coentros ou a cavala com azeitonas e amêndoas, acompanhados com pão trigo barbela, azeitonas, uma taça de azeite e legumes da época.
As opções de comida vão continuar a crescer, mas o foco será sempre o café de especialidade – um universo que em Portugal tem crescido a olhos vistos no último ano. Além desta cafetaria em Marvila, o quartel-geral da marca, a The Royal Rawness tem também um pop-up pequenino de takeaway na Rua do Loreto, em frente ao restaurante Sea Me, no Chiado, só com a parte de bar e uns quantos bolos caseiros, como o banana bread.
Praça David Leandro da Silva, 2 (Marvila). Seg-Sáb 08.00-18.00.
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