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Dez anos após o início do apocalipse, seria de esperar que a nova geração brincasse com facas e bestas desde cedo, tratasse os zombies por tu (aqui chamam-se “vazios”) e entrasse na adolescência preparada para descarregar os problemas nos mortos-vivos. The Walking Dead: World Beyond está centrada num grupo de quatro adolescentes que abandona a comunidade, aparentemente segura, numa missão que esperam que os leve de Omaha (no meio dos EUA) até Nova Iorque, para salvar o pai de Hope e Iris, que trabalha às mãos da Civic Republic Military (CRM). Sim, a misteriosa organização que na série original levou o protagonista Rick Grimes para terreno desconhecido, a bordo de um helicóptero.
Em World Beyond, todos vivem na bolha de uma comunidade com nove mil pessoas, onde os miúdos vão à escola aprender matemática, mas também técnicas de ataque e defesa pessoal, caso tenham de passar os muros da comunidade, o que raramente acontece. Fazem parte da chamada Aliança dos Três, uma união que envolve também a cidade de Portland, na costa oeste, e a CRM, que “requisitou” o pai das duas irmãs para trabalhar nas suas instalações. Desconfiadas das boas intenções da CRM, Hope e Iris partem numa aventura com mais dois amigos (Elton e Silas) numa longa viagem cheia de perigos, mortos e vivos. Um deles é Elisabeth, líder militar da misteriosa organização, interpretada por Julia Ormond, o grande nome do elenco neste spin-off. Depois de figuras como o Governador, Negan ou Alpha, da série original, que tipo de vilã teremos aqui? “A Elisabeth traz mais uma vibração militar e um legado de teoria política. Acho que parte disso é uma filosofia mais comunista, em termos de colocar a comunidade em primeiro lugar”, explica Julia Ormond.
Matt Negrette, co-criador com Scott M. Gimple e responsável pelo argumento de muitos episódios da versão original, como o fatídico “Last Day On Earth”, promete que será revelado muito mais sobre a CRM. “Esta série é uma espécie de extensão do país, coloca questões mais amplas. Vamos descobrir mais sobre a CRM, o que é essa organização. Houve um pouco de falatório, quando Rick foi levado, sobre o que são os A e os B. Obteremos algumas respostas e uma boa indicação sobre para onde o Rick foi levado”, revela o produtor, numa mesa redonda digital em que a Time Out participou. Negrette confessa que o filme de Rob Reiner Stand by Me (1986) foi uma das grandes influências para a criação de World Beyond, já que segue um grupo de crianças numa aventura entre descoberta pessoal e a procura de um corpo de um adolescente desaparecido.
Nicolas Cantu, que interpreta o jovem e inteligente Elton, um miúdo aparentemente inofensivo mas cinturão negro de karaté, promete que a série vai criar muita tensão. “A tensão que sentes com esses personagens deve-se ao facto de apesar de saberem sobre o apocalipse, não estiveram realmente lá. A maneira como eles lidam com certas situações vai gerar muito stress. É uma história de amadurecimento no meio do apocalipse zombie, é sobre eles se encontrarem como pessoas e também encontrarem comida para sobreviver. Há uma espécie de jornada pessoal que eles seguem e depois há a missão que têm em mãos”, conta o actor. Alexa Mansour, que interpreta a adolescente Hope (apesar de a actriz ter 24 anos), diz que World Beyond apresenta uma perspectiva nova deste universo apocalíptico, com um conjunto de “miúdos” que não percebem bem a gravidade da situação: “Eles atiram-se de cabeça para este mundo e dão o seu melhor para não a partir. Alguns podem tornar-se maus, alguns permanecerem bons, mas vamos descobrir com o desenrolar da história”.
Todas as séries estão agora mais ou menos em sintonia temporal (The Walking Dead e Fear The Walking Dead) e World Beyond tem, para já, duas temporadas planeadas.
The Walking Dead: World Beyond. AMC. Seg 22.15 (estreia)
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