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Quando se temeu que o Red Frog fechasse, depois de o prédio onde ficava, na Rua do Salitre, ter sido vendido, a marca reapareceu ainda mais forte. Nos planos de Paulo Gomes e Emanuel Minez, o fim nunca esteve à vista; o renascimento, sim. Escondido no Monkey Mash, ninguém dá pelo bar que acaba de entrar para a lista dos 50 melhores do mundo. Se no ano passado a casa de Paulo Gomes e Emanuel Minez voltou a entrar na lista dos 100 melhores num honroso 67.º lugar, este ano o Red Frog ascende ao cobiçado top 50 – não é por acaso que os prémios têm como nome The World's 50 Best Bars –, mais precisamente à 40.ª posição. O prémio foi anunciado nesta terça-feira, numa cerimónia em Barcelona.
Ainda na Rua do Salitre, o Red Frog chegou a dar nas vistas, e em 2017 entrou pela primeira vez para o The World’s 50 Best Bar (na 92.ª posição). Mas sem saberem, não era ali que teria espaço para crescer. Parece um contra-senso que isso tenha acontecido num espaço com apenas oito mesas, ao contrário do antigo bar, que dava para cerca de 70 pessoas. Talvez esteja aí o segredo. Desde que abriu na Praça da Alegria, no interior do Monkey Mash – não revelamos onde, para que parte da experiência não se dilua –, que tudo passou a fazer mais sentido. E ainda nem se arrojaram nos cocktails, já que a aposta tem sido numa carta que reúne alguns dos melhores cocktails antigos, embora com um twist, como o Star Fizz (14€), com Tanqueray Ten, sabugueiro e erva príncipe, pepino e rosas; ou o Bee’s Knees (14€), com Gin Mare, limão e mel.
O júri do prémio é composto por mais de 650 especialistas no sector dos cocktails, com votos provenientes de 28 regiões de todo o mundo. O processo de votação é independente e auditado pela Deloitte.
Quando ainda não sabiam em que lugar ficariam, a uma semana da gala, Paulo e Emanuel falaram à Time Out sobre a entrada na lista e estavam orgulhosos do caminho que têm feito. Se hoje há mais bares de cocktails de autor e se mesmo os restaurantes apostam cada vez mais nessa vertente, não duvidam que têm uma quota parte de responsabilidade. É fruto de muito trabalho, acredita a dupla que criou o Red Frog em 2015, inspirando-se nos bares clandestinos que surgiram nos EUA nos anos 20, durante a Lei Seca.
Para entrar, é preciso reservar. Longe vão os tempos das filas à porta. É possível que, com a novidade a espalhar-se, fique mais difícil arranjar lugar. Mas Paulo avisa: “Nós vamos estar cá com a mesma dedicação e serviço o resto do ano.” Agora não vá como se fosse para um bar qualquer, porque o Red Frog não é um bar qualquer.
Leia a entrevista a Miguel e Emanuel na edição desta quarta-feira da Time Out Portugal, publicação semanal, digital e gratuita.
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