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Três perguntas a Freddie Fox, o Gwayne Hightower de ‘House of The Dragon’

“Gwayne tem estado verdadeiramente isolado”, diz o actor britânico, cuja personagem tem andado pelas sombras na segunda temporada. Falámos com ele.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
Freddie Fox
©DRFreddie Fox, em ''House of The Dragon'
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Nesta segunda temporada de House of The Dragon, as facções Verde e Preta da família Targaryen lutam pelo Trono de Ferro. Do lado dos Verdes, destaca-se a poderosa família Hightower (que se veste de Verde, daí a cor da facção), encabeçada por Alicent, viúva do rei Viserys e mãe de Aegon, um dos dois pretendentes ao trono. A outra é Rhaenyra, a filha mais velha de Viserys e meia-irmã de Aegon. Mas nada disso nos trás aqui. A Time Out integrou um grupo internacional de jornalistas numa entrevista por videoconferência com Freddie Fox. O actor interpreta Gwayne Hightower, cavaleiro que se junta à frente de batalha da guerra civil, ao lado das forças militares de Aegon, lideradas por Criston Cole, comandante da Guarda Real. Cargo que Cole que passou a acumular com a “Mão” do rei, após Otto Hightower, pai de Gwayne, ter sido despedido por Aegon.

Por curiosidade, Gwayne Hightower já tinha aparecido no primeiro episódio da primeira temporada, mas sem falas e com um elmo na cabeça. Lá dentro estava o duplo Will Willoughby, numa cena em que vemos um torneio de cavaleiros e em que Gwayne é derrubado do cavalo por Daemon Targaryen num duelo. Relembramos que nesta era da história que adapta o romance Sangue e Fogo, prequela literária de As Crónicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, os Hightower são os senhores do Reach, um dos sete reinos de Westeros. Mas a adaptação não segue o livro à letra. Freddie Fox apresentou-se ao serviço no terceiro episódio da nova temporada e falou-nos um pouco deste novo trabalho, que sucede às prestações na série Slow Horses (AppleTV+) ou no filme The Ministry of Ungentlemanly Warfare (e a uma participação especial em The Gentlemen). Fizemos três perguntas ao actor e estas são as respostas.

Gwayne Hightower parece vir reforçar a posição dos Verdes nesta história. O personagem marcha com Criston Cole [Fabien Frankel], mas dá a ideia de estar a fazer um jogo político a longo prazo. Neste momento, a relação dos dois é um dueto de fogo e gelo? Porque Cole é mais apaixonado e Gwayne parece um pouco mais controlado.
Sim, acho que tens razão quando dizes que há uma qualidade de fogo e gelo. Gwayne tem vivido em Oldtown, longe do pai, longe da irmã [Alicent], cresceu com uma mãe que morreu muito nova e tem estado verdadeiramente isolado. Tornou-se uma espécie de perito, pelo menos em teoria, em esgrima e em montar a cavalo, e tornou-se capaz de desempenhar bem esse papel. Mas quando se trata de estar realmente numa batalha não tem experiência nenhuma. Então toda essa fanfarronice e bravata, de repente são realmente testadas. E acho que isso vai ser um tema que continuará à medida que esta guerra começa a crescer e se torna mais suja e difícil. O desmoronamento deste jovem muito arrogante, que sentia que sabia tudo, de repente vai suavizá-lo e humanizá-lo.

Freddie Fox e Fabien Frankel
©Theo WhitemanFreddie Fox e Fabien Frankel, em 'House of The Dragon'

No episódio 4, quando Gwayne e Cole entram em King's Landing com uma cabeça de dragão decapitada, Gwaine diz: “Estranha vitória, se é que foi uma”. Qual é o subtexto desta frase?
É interessante, porque foi a primeira sequência que filmei. Mas obviamente que sucede a uma enorme batalha com dragões. Por isso, tive de imaginar – com base em algumas previsões que tinha visto do realizador que realizou o episódio quatro, o Alan Taylor – como seria na minha cabeça. Tive de inventar uma imagem na minha mente que pudesse recordar naquele momento o desastre completo que tinha sido o plano do Cole, do qual Gwayne não fazia parte. E senti que a vida de Gwayne tinha sido colocada em risco sem razão aparente. A vida dos seus homens tinha sido posta em risco sem uma boa razão. Por isso, o subtexto é uma espécie de fúria e, ao mesmo tempo, uma tentativa de manter a compostura por causa de todos os olhos que os observavam enquanto atravessavam as ruas, tendo de fingir que ganharam alguma coisa. Mas, claro, é uma vitória pírrica. O rei poderia ter morrido. Portanto, é uma espécie de raiva e repressão, tudo num pequeno momento. 

Na série, o papel de Gwayne Hightower é diferente do dos livros, acabando por ter mais destaque. O que nos pode dizer sobre esta mudança e porque é que foi feita?
A resposta é que não sei porque é que foi feita. Só posso supor que, quando se tem uma personagem tão isolada em tantos aspectos como Criston Cole, é muito útil poder ter outra pessoa para poder aprofundar o pensamento de alguém tão complexo como Criston. É como a velha história de William Goldman, quando lhe pediram para reescrever Tootsie – Quando Ele Era Ela. Ele disse: “Eu sei do que a Tootsie precisa. A Tootsie precisa de um amigo”. Através disso ficamos a saber mais sobre os personagens, mas o protagonista, Criston Cole, é uma parte muito importante da série. Por isso, esse seria o meu palpite. Tudo o que posso dizer é que estou muito grato, porque quando estava a ler Sangue e Fogo estava a passar pelas páginas a pensar: “Quando é que ele [Gwayne] vai realmente fazer alguma coisa?” E depois, de repente, ele morre. Então, eu estava tipo: “Bem, espero que eles o desenvolvam”. E estou muito feliz, até agora, que o tenham feito.

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