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A chegada da HBO trouxe a nova temporada de True Detective. Um novo crime pede novo elenco. Falámos com Stephen Dorff, o parceiro de Mahershala Ali.
A primeira temporada chegou em 2012, com Matthew McConaughey e Woody Harrelson como protagonistas, e arrebatou a crítica. As expectativas elevaram-se e à nova leva de episódios, em 2015, seguiram-se vozes de descontentamento. A segunda temporada da série policial de antologia não estava ao nível e as audiências sofreram. A terceira temporada estava anunciada, mas nunca foi chegando até agora. Mahershala Ali e Stephen Dorff são os protagonistas que devolvem a ribalta a True Detective.
“É uma vitória. Fico muito contente que não digam que esta temporada não presta. Trabalhámos duro, queremos que as pessoas adorem. É por elas que fazemos isto, não faço para a HBO ou para o meu agente, faço para o público”, diz, em resposta à Time Out, Stephen Dorff, sentado à mesa com vários jornalistas, depois de uma apresentação para promover a chegada da HBO a Portugal.
A base da série continua a mesma: dois polícias com diferentes personalidades investigam um crime. Mas nestes novos episódios, Nic Pizzolatto voltou às origens – sem spoilers, podemos dizer que até que há vislumbres da primeira temporada. O showrunner parece ter ouvido as críticas e apostou todas as fichas na dupla Ali e Dorff. “Acho que o Nic está muito contente com o resultado e se lhe perguntássemos ele diria que esta é a melhor temporada até agora. Ele acha que é mais profunda, também por causa das três décadas, da ambição e do tamanho”, explica Dorff, para quem True Detective “é uma série rara”.
Há A Guerra dos Tronos com sexo, guerra e dragões e depois há True Detective “que são apenas pessoas a falar a maior parte do tempo”, diz o actor norte-americano, que só aos 45 anos se conseguiu estrear em televisão, “pelo menos nesta época dourada”. “Fiz televisão em miúdo, alguns episódios, mas sempre fui o tipo do cinema”, conta.
Em True Detective é Roland West, investigador da polícia estadual e parceiro de Wayne Hays (Mahershala Ali). Tudo começa nos anos 1980, na noite em que morreu o actor Steve McQueen, a referência temporal mencionada ao longo do tempo. Os irmãos Will e Julie Purcell, de 12 e 10 anos respectivamente, pedem ao pai (Scoot McNairy) para irem brincar até ao parque. Este autoriza, mas marca uma hora: têm de estar em casa às 17.30, enquanto é dia. O regresso nunca aconteceu e ao bom estilo de True Detective qualquer um é suspeito: dos pais ao tipo que acumula lixo até aos adolescentes problemáticos. Logo ao primeiro episódio, percebe-se que o caso é complexo: dez anos mais tarde, volta a ser aberto, depois de se perceber que o tipo errado pode estar na cadeia. A série chega ainda a 2015, com um Wayne Hays já mais velho a recordar o caso para um programa de televisão que investiga crimes reais.
“Isto é mais do que uma série de CSI. O Nic escreve poesia de uma forma negra e com humor. O Roland tem as melhores falas, são umas atrás das outras”, conta Dorff, revelando que o papel para True Detective chegou na melhor altura. “Tinha acabado de perder o meu irmão mais novo e estava muito chateado. Não queria representar, não queria fazer nada. Estava num sítio terrível”, recorda, explicando que já era fã da série. “Vi a primeira temporada do lado do público e na altura achei que era a melhor coisa que tinha visto na televisão desde Sopranos.”
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