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É um filão que continua a render há 30 anos. Desde 1994, quando Roger Allers e Rob Minkoff assinaram a longa-metragem animada O Rei Leão, um dos momentos mais altos da história da animação da Walt Disney, quer em termos de excelência artística e narrativa deste género, quer comercialmente, que os estúdios do Rato Mickey e do Pato Donald nunca mais deixaram aproveitar a sua imensa popularidade, que atingiu foros de culto. Para além de uma adaptação a musical de palco na Broadway, houve ainda dois filmes lançados directamente para home vídeo, duas séries de televisão animadas, e muito em especial o remake fotorealista com o mesmo título assinado por Jon Favreau em 2019, que fez tão boa bilheteira como foi mal recebido pela crítica. Esta, entre outros reparos, apontou-lhe o ser um mero – e caríssimo – decalque computacional da fita original de Allers e Minkoff, sem nada de novo para oferecer senão a tecnologia digital empregue.
Não é para admirar, e tendo ainda em conta a profunda crise de imaginação e de criatividade que a animação da Disney atravessa, e que se tem reflectido nas suas receitas, que surja agora uma prequela (mas também com elementos de sequela) igualmente fotorealista de O Rei Leão, Mufasa: O Rei Leão, realizada por Barry Jenkins (Moonlight, Se Esta Rua Falasse). E que os estúdios aproveitaram para comemorar o 30.º aniversário do primeiro filme, que abriu imperialmente o caminho a esta lucrativíssima franchise. A ideia de fazer Mufasa: O Rei Leão surgiu pouco mais de um ano após a estreia da fita de Jon Favreau, com a história a recuar no tempo e a centrar-se na personagem do jovem Mufasa, que anos mais tarde se tornaria no Rei da Savana, e no pai de Simba.
![MUFASA: THE LION KING](https://media.timeout.com/images/106214634/image.jpg)
Esta produção é dedicada a James Earl Jones, que deu voz a Mufasa no Rei Leão original e morreu há alguns meses (o papel foi-lhe aqui também oferecido, mas o actor declinou por razões de saúde). O enredo de Mufasa: O Rei Leão toma a forma de uma história contada pelo mandril Rafiki a Kiara, filha de Simba e Nala, e neta de Mufasa. A acção recua então no tempo, centrando-se em Mufasa, uma cria de leão órfã, que encontra o jovem leão Taka (mais tarde conhecido por Scar). Ficam amigos como irmãos e Mufasa é adoptado pela família de Taka, não antes de a dupla se lançar numa viagem durante a qual encontram personagens como Timon e Pumba, que se lhes juntam. Durante esta jornada, os laços que se formaram entre eles vão ser testados, ao mesmo tempo que têm que combater em conjunto contra um perigoso inimigo.
![](https://img.youtube.com/vi/lMXh6vjiZrI/sddefault.jpg)
Em termos de intérpretes, regressam com as suas vozes, de O Rei Leão de 2019, nomes como Donald Glover, Seth Rogen e Beyoncé. Entre as novas vozes contam-se as de Mads Mikkelson, Thandie Newton, Keith David e de Aaron Pierre como Mufasa e Kelvin Harrison Jr. como Taka. Elton John, que havia participado na banda sonora quer de O Rei Leão de 1994, quer da versão fotorealista de 2019 (que deu origem ao álbum The Lion King: The Gift, produzido por Beyoncé), e ficado muito desiludido com o filme e com a banda sonora, já não tem nada a ver com a música de Mufasa: O Rei Leão. Ela ficou a cargo de Nicholas Britell, Hans Zimmer (este abandonaria a produção já para o final) e Pharrell Williams, que também haviam participado naquela, e ainda de Dave Metzger. As canções foram compostas por Lin-Manuel Miranda. Mufasa: O Rei Leão estreia-se em Portugal na quarta-feira, dia 18 de Dezembro. Veremos então qual o estado do já tão digitalmente transfigurado real felino da Disney.
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