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Uma carta aberta ao placard electrónico de tempo de espera do autocarro

Escrito por
O Provedor
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O que é o tempo? Para que serve? O tempo serve para engrossar os livros de História, transformar os cabelos pretos em brancos, fazer as plantas crescer e a paciência diminuir. É muito prático.

O tempo pode ser feito de vários materiais. Há o tempo elástico, que parece que estica – e faz com que uma hora pareça um dia.

E há um tempo mais frágil, feito de poeira, que faz com que semanas e meses se desfaçam sem aviso. Mas o pior tempo de todos é o tempo de espera. Quando estamos à espera parece que os minutos não passam, as ampulhetas entupiram e os ponteiros do relógio congelaram. Pelo menos é isso que sentimos sempre que estamos a olhar para o placard de minutos da Carris.

Os humanos decidiram um dia medir os dias em horas e as horas em minutos. Todos os humanos? Não! Uma das maiores empresas de transportes da cidade de Lisboa tem a sua própria maneira de medir o tempo. Cinco minutos no mostrador podem querer dizer dez minutos, um quarto de hora. Ou trinta segundos. Quando marca um minuto sabemos que temos de estar prontos – prontos para esperar meia-hora ou trinta segundos.

O tempo é relativo, enunciou Einstein. Mas a Carris também tem uma palavra a dizer sobre o assunto: “O tempo é relativo e nós estamos sempre relativamente atrasados”. É uma teoria à parte.

O Provedor do Lisboeta é um vigilante dos hábitos e manias dos alfacinhas e de todos aqueles que se comportam como nabos e repolhos nesta cidade. Se está indignado com alguma coisa e quer ver esse assunto abordado com isenção e rigor, escreva ao provedor: provedor@timeout.com

+ Uma carta aberta às pessoas que andam muito devagar nos passeios

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