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Este texto está em "soft writing". Está escrito, sim senhor, mas não está efectivamente terminado. Tem algumas falhas, alguns erros que estamos a tentar corrigir. Pedimos que seja paciente, que tolere as potenciais gralhas e passe ao lado de uma ou outra baboseira.
Quando estiver em “hard writing”, um dia destes (não vamos dizer qual), aí sim isto vai ser um texto valente. Um texto sério, digno, sem manhas. Um texto que se pode levar para casa e apresentar aos pais.
Mas o leitor se calhar está a ler este texto em “soft reading” e, por isso, não está a perceber. Estamos a comparar este pedaço de prosa aos restaurantes recém-inaugurados que dizem estar em “soft opening”.
A expressão é curiosa – eles é que se classificam como “soft”, mas quem deve ser meigo somos nós, os clientes.
Imaginem uma sala de operações de um novo hospital em “soft opening”; ou uma sala de tribunal pronta a estrear, mas onde as decisões dos juízes podem ser enviesadas e cheias de erros que o arguido deve tolerar.
– Ah, era para retirar o apêndice em vez do rim? Desculpe, mas estamos em “soft operating”.
– Então o senhor foi condenado por um crime e não teve culpa? Sabe quem é que não tem culpa nesse erro? Nós. É que estamos em “soft judging”.
O estrangeirismo – mais um na lista cada vez mais extensa do nosso restauranting – ajuda a glorificar esta autocomplacência espertalhona. Que pena que o “soft opening” nunca seja acompanhado de “soft pricing”. Se este texto estivesse em “hard writing”, o Provedor dizia onde é que os restaurantes em “soft opening” podiam enfiar a conta.
O Provedor do Lisboeta é um vigilante dos hábitos e manias dos alfacinhas e de todos aqueles que se comportam como nabos e repolhos nesta cidade. Se está arreliado com alguma coisa e quer ver esse assunto abordado com isenção e rigor, escreva ao provedor: provedor@timeout.com