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Uma carta aberta aos jantares de Natal

Escrito por
O Provedor
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Estamos em plena Época dos Jantares de Natal. Quando uma coisa tem uma “época”, sabemos que vem aí sarilho – lembrem-se que existe uma “época dos furacões”, uma “época dos fogos” e uma “época de exames”. Só desgraças. Mas os jantares de Natal são dos poucos cataclismos do nosso calendário que podemos evitar.

Precisa de ajuda para escapar ao seu ajuntamento natalício? Use uma das desculpas que o Provedor do Lisboeta fornece de borla:

Vou ter de conseguir autorização junto do meu agente de liberdade condicional.

Já tenho um jantar de Natal nesse dia a essa hora ou em todos os dias/horas que se lembrarem.

Depois de escurecer não posso sair de casa sob pena de me transformar num vampiro.

Em Lisboa, durante a primeira década do século XXI, os jantares de Natal tinham lugar em restaurantes baratos e maus na zona histórica da cidade. Agora, têm lugar em sítios caros e maus um pouco por toda a cidade.

O menu deve ser escolhido de antemão, mas há dois tipos básicos: o cardápio humilde, com uma opção de carne, de peixe ou vegetariana (a famosa omelete com batatas fritas); e o menu armado ao pingarelho, que promete entradas, tapas, um prato de peixe, um prato de carne e uma variedade sumptuosa de sobremesas. Ambos acabam por ser versões magras e sem brilho daquilo que o restaurante normalmente fornece.

Mas tudo é tolerável se houver bar aberto, se os jarros de cerveja morta não pararem de chegar à mesa e se o vinho da casa não souber a sumo de trapo velho. E, é claro, se no final for o patrão a pagar a conta.

O Provedor do Lisboeta é um vigilante dos hábitos e manias dos alfacinhas e de todos aqueles que se comportam como nabos e repolhos nesta cidade. Se está indignado com alguma coisa e quer ver esse assunto abordado com isenção e rigor, escreva ao provedor: provedor@timeout.com.

+ Uma carta aberta ao Pai Natal decorativo pendurado na varanda

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