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Uma carta aberta às pessoas que andam muito devagar nos passeios

Escrito por
O Provedor
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Antes de mais, uma ressalva: não estamos a falar de pessoas de mobilidade reduzida, idosos ou crianças. Ou outros indivíduos que, por qualquer limitação física, não conseguem caminhar a um ritmo normal. Se anda de canadianas neste momento, leu o título e se sentiu indignado, o Provedor esclarece que não era a sua intenção ofendê-lo. Se anda com canadianas neste momento (duas namoradas do Canadá), leu o título e se sentiu indignado, o Provedor não tem nada a dizer.

Esta é uma carta aberta às pessoas lentas nos passeios da cidade. Cidadãos que andam a ritmo de passeio em zonas movimentadas. Damas e cavalheiros que caminham de mãos nos bolsos, admirando demoradamente a arquitectura da cidade – “olha que linda aquela marquise” – impedindo os lisboetas apressados de ir à sua vida.

Nos últimos anos surgiu uma nova espécie de pino humano: o peão em câmara lenta agarrado ao telemóvel. Lá vai ele pela rua a fora, olhos postos no ecrã brilhante, alheio a tudo. Será que está a ver no telemóvel um tutorial sobre “caminhar”?

Estes seres hipnotizados pelo seu telefone têm outro hábito divertido: parar subitamente na rua, à entrada de umas escadas rolantes ou à frente de um elevador. E ali ficam, transformados em homens-estátua. É o equivalente pedestre ao estacionar em segunda fila.

É claro que antes de “Uma carta aberta às pessoas que andam muito devagar nos passeios” devia haver “Uma carta aberta à largura (ou estreiteza) dos passeios de Lisboa”. Porque se estas margens de segurança no rio de asfalto fossem maiores, isto nunca seria um problema.

O Provedor do Lisboeta é um vigilante dos hábitos e manias dos alfacinhas e de todos aqueles que se comportam como nabos e repolhos nesta cidade. Se está indignado com alguma coisa e quer ver esse assunto abordado com isenção e rigor, escreva ao provedor: provedor@timeout.com

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