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Vai nascer uma Biblioteca do Ambiente na antiga Creche do Jardim da Estrela

O icónico edifício em madeira do século XIX, que funcionou como creche e lactário, vai ser requalificado para dar lugar a uma Biblioteca do Ambiente.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
Biblioteca do Ambiente
©CMLBiblioteca do Ambiente
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A antiga Creche do Jardim da Estrela vai ganhar uma nova missão social. Esta terça-feira, 26 de Janeiro, a Câmara Municipal de Lisboa anunciou que as obras de requalificação começam no início de Fevereiro e que dentro de seis meses será inaugurada, no Jardim da Estrela, uma Biblioteca do Ambiente.

A intervenção prevê a desmontagem da estrutura feita em madeira, vidro e telha; o reaproveitamento das peças saudáveis; e a reformulação integral das fundações do edifício que está incluído na Zona Especial de Proteção da Basílica da Estrela.

Biblioteca do Ambiente
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A futura biblioteca do Jardim da Estrela será “um espaço lúdico de uso público, com auditório e várias salas multiusos” que nascerá da conservação e restauro da estrutura centenária. Um edifício em estilo chalet inaugurado em 1882 e desenhado pelo arquitecto José Luiz Monteiro (da Repartição Técnica da Câmara) para albergar o então o Jardim de Infância de Lisboa, o primeiro do país.

Esta foi uma creche pioneira regida sob os princípios do pedagogo alemão Friedrich Fröbel (1782-1852), um modelo de educação infantil que promovia o desenvolvimento físico através da ginástica, o desenvolvimento intelectual com o auxílio da leitura de histórias e contos, o contacto com a natureza ou o trabalho educativo como a jardinagem.

Inaugurado quatro anos após a determinação da criação de estabelecimentos públicos de educação infantil em Portugal, este jardim de infância seguiu as regras das estruturas ideais para levar a bom porto o modelo educativo. Com amplas janelas que garantissem a renovação do ar e a iluminação natural e também terreno em redor com pátios e jardins para as crianças desenvolverem as suas actividades. O Jardim da Estrela era a localização ideal, em detrimento de outras opções (Rua da Infância - actual Voz do Operário e Rua do Patrocínio) por reunir as recomendações de Fröebel quanto à arquitectura escolar. O jardim de infância era composto por quatro salas de aula, uma sala de jogos, sanitários, gabinetes ou um refeitório.

Em 1925, a Câmara Municipal de Lisboa criou uma rede de lactários municipais para combater a mortalidade e promover a saúde infantil. Espaços onde era fornecido leite de vaca às crianças com menos de 18 meses, além de pesagens, banhos, vacinações e consultas de pediatria. Nesse ano, esta escola é convertida no Lactário nº 3, mas continuou a funcionar como creche para mães trabalhadoras. Com a implantação da Ditadura Militar em Portugal, a rede de lactários para a ser gerida pela Santa Casa da Misericórdia, que até há uns anos mantinha aqui uma creche em funcionamento.

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