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Variedades abre em Outubro e acolhe dos Artistas Unidos ao teatro de revista

O espaço no Parque Mayer será de "cultura para todos". "Vamos lá ter os Artistas Unidos mas também a Marina Mota", diz Carlos Moedas.

Rute Barbedo
Escrito por
Rute Barbedo
Jornalista
Teatro Variedades
Francisco Romão PereiraTeatro Variedades
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Depois de 30 anos fechado, o Teatro Variedades reabre ao público em Outubro, afirmou Carlos Moedas esta quinta-feira, numa conversa com jornalistas sobre o ponto de situação da Cultura (pelouro que assume há dois meses, desde a suspensão do mandato do antigo vereador, Diogo Moura, por ter sido acusado do crime de fraude em eleições internas do CDS-PP). O espaço, reabilitado, vai funcionar como estrutura de “acolhimento de espectáculos profissionais ou promovidos por entidades profissionais do sector cultural”, com uma programação diversa coordenada por Joaquim René, que desempenhará o mesmo papel no vizinho Capitólio, sob a gestão da Lisboa Cultura (antiga EGEAC). 

"Vamos lá ter os Artistas Unidos mas também a Marina Mota e o teatro de revista. Vai ser uma experiência interessante", afirmou Carlos Moedas, defendendo a visão de "uma cultura" única para a cidade, "uma cultura para todos", e não segmentada entre as realidades elitista e popular. Reabilitado pelo arquitecto Aires Mateus, a sala terá capacidade para acolher 363 pessoas.

Artistas Unidos continuam sem casa

Na apresentação aos jornalistas, Carlos Moedas referiu-se à passagem dos Artistas Unidos (que terão de sair do espaço da Politécnica a 31 de Julho) pelo Teatro Variedades como "temporária". Para já, o que está definido é que a companhia apresentará o espectáculo Vento Forte, de Jon Fosse, no espaço do Parque Mayer em Novembro, mas mantém-se sem solução definitiva, ao ter de sair da Politécnica até 31 de Julho, na sequência do fim do contrato com a Reitoria da Universidade de Lisboa.

Jardim Zoológico de Vidro, de Tennessee Williams (Artistas Unidos)
DR/Artistas UnidosJardim Zoológico de Vidro, de Tennessee Williams (Artistas Unidos)

O presidente da autarquia garantiu que, findas as obras no edifício do Bairro Alto (o que está previsto para 2026), o edifício d'A Capital, no Bairro Alto, onde a companhia esteve até 2002, continua a ser a solução mais viável para os Artistas Unidos. Mas João Meireles, da direcção da companhia, diz que "A Capital continua no plano das ideias". "Só esta semana recebemos algumas das informações técnicas do espaço e ainda estamos a avaliar. Não sabemos se há possibilidades técnicas de nos instalarmos lá", declarou à Time Out. Mesmo que a mudança seja possível, "vai demorar alguns anos a concretizar-se", antevê o responsável.

"Há dois anos dissemos ao Diogo Moura: dêem-nos o Variedades. Mas acho que não vai ser assim", refere João Meireles, que sabe desde o princípio que o espaço se destina a funcionar como estrutura de acolhimento. "Esta nossa demanda", acrescenta João Meireles, "não é por um sítio para apresentar espectáculos, mas para instalar uma companhia, com 12 pessoas, equipamento, tudo". "Precisamos muito mais do que um palco. E desperdiçámos os últimos 27 meses a chamar a atenção para o facto de isto vir a acontecer."

Na próxima semana, a 16 de Julho, os Artistas Unidos, companhia histórica fundada por Jorge Silva Melo, desmontam o espaço da Rua Politécnica, onde ensaiaram e actuaram durante 13 anos. O anúncio veio com um convite à população: para que todos ajudassem na tarefa de dizer adeus. "Temos as carrinhas contratadas, mas para onde elas vão sair, não sei. E dia 31 entregamos a chave à reitoria", afirma João Meireles.

Notícia corrigida e actualizada com declarações de João Meireles às 16.04. Anteriormente, a Time Out escreveu, erradamente, que os Artistas Unidos teriam uma nova "morada temporária" no Teatro Variedades, quando apenas está programada a apresentação de um espectáculo.

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