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Vasco Morgado, “o maior empresário do teatro”, vai ter uma escultura junto ao Monumental

Este sábado, 25 de Janeiro, às 15.00, é inaugurado um memorial em homenagem ao produtor que deu vida a mais de 1000 peças de teatro em 40 anos.

Rute Barbedo
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Rute Barbedo
Jornalista
Vasco Morgado
DRVasco Morgado
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Foi actor, produtor e empresário do mundo do teatro, tendo dinamizado salas como o Monumental, o Maria Vitória, o Capitólio, em Lisboa, ou o Teatro Sá da Bandeira, no Porto, e produzido mais de 1000 espectáculos. O extenso currículo de Vasco Morgado (1924-1978) dota-o do título de "maior empresário do teatro português", motivo pelo qual este sábado, 25 de Janeiro, será inaugurado um memorial em sua homenagem, em frente ao antigo Cineteatro Monumental, na Praça Duque de Saldanha.

A escultura, com cerca de dois metros e motivos ligados ao teatro e ao cinema, foi feita por Carlos Bajouca, e é um tributo ao trabalho do profissional que se estreou nas artes como actor, em O Pai Tirano, de António Lopes Ribeiro (1941). Casado com a actriz Laura Alves, que por diversas vezes representou no Monumental, Vasco Morgado dedicou mais de 40 anos ao sector, tendo contribuído fortemente para a afirmação e rumo do teatro em Portugal.

Homenagem merecida, Monumental não esquecido

"Homenagear o actor e grande empresário do teatro português que foi Vasco Morgado é justo, merecido e devido", sublinha Daniel Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, onde será inaugurada a escultura. Já encerrar o Cineteatro Monumental "foi um dos maiores atentados à cultura, pois tinha um historial único, com salas independentes para teatro, música e cinema. Faz parte da memória colectiva da freguesia, e da história do teatro", refere o autarca, citado pela página Olhares de Lisboa.

Monumental
DR/Merlin PropertiesEdifício do Monumental

Depois de inaugurado em 1951, o Cineteatro Monumental foi demolido nos anos de 1980, para posteriormente ser ali construído o edifício espelhado que conhecemos hoje, com salas de cinema e galerias comerciais, onde passaria a funcionar o Cinema Monumental. Se o primeiro espaço exibia uma "decoração requintada, quase 'versailliana'", com "lustres imponentes, maples requintados, grandes escadarias, mármores e apontamentos dourados", como descreve o Instituto Camões, o segundo (já enquanto Cinema Monumental) surgiu numa configuração minimalista e moderna, desenhada pelos arquitectos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira. Nele, funcionavam quatro salas de cinema, com 800 lugares.

Fechado desde 2019, depois de ter exibido cinema durante 26 anos por iniciativa do produtor Paulo Branco, o Cinema Monumental está sob a propriedade da Merlin Properties, que chegou a ponderar a criação de um centro tecnológico no seu interior. Em Março, no entanto, o então ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, negou um requerimento de afectação das salas no Edifício Monumental a uma actividade que não o cinema. "Não se encontram esgotadas as possibilidades de reactivação da exibição cinematográfica naquele espaço”, avançou na altura ao Observador o gabinete do ex-ministro, explicando que haveria interessados em explorar o espaço. 

Até hoje, não foram conhecidas, no entanto, propostas concretas para reactivar um dos principais cinemas da cidade. De acordo com o Instituto do Cinema e Audiovisual, as salas portuguesas receberam 11,8 milhões de espectadores no ano passado, o que representou uma quebra de 3,8% em relação a 2023.

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