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Burros lanudos de Miranda, ovelhas campaniças e cavalos garranos e sorraia – na Quinta do Pisão podemos actualmente ver todos estes animais de raças autóctones em liberdade, como parte de um projecto de renaturalização que está em curso desde 2007 pela mão da Cascais Ambiente. Agora, desde quinta-feira, 25 de Julho, chegou a vez de veados-vermelhos-ibéricos, dez fêmeas e um macho trazidos de uma reserva de caça de Mértola, serem libertados nesta nova casa onde estarão a salvo de caçadores e terão várias missões a seu cargo.
“Estes mamíferos vão abrindo clareiras, vão criando novas rotas, vão permitindo, com essas novas clareiras, a criação, a entrada, e o aparecimento de novas espécies", disse Luís Capão, presidente da Cascais Ambiente, citado no site da autarquia, na apresentação dos novos habitantes da Quinta do Pisão.
Além desta função, junta-se uma outra de grande importância para a população humana: a de reduzirem o risco de incêndios. Como os veados comem vegetação arbustiva, "que é aquela que proporciona maior continuidade para o fogo progredir, eles ao consumirem essa vegetação faz[em] com que haja essa descontinuidade horizontal, ou seja, o fogo tem dificuldade em progredir no terreno", explicou João de Melo, director da Cascais Ambiente e responsável pelo projecto, citado pela TSF.
Os veados-vermelhos-ibéricos (Cervus helaphus hispanicus) quase se extinguiram no fim do século XIX, devido à caça e à perda de habitat, mas, graças aos esforços de reintrodução da espécie desde os anos 1970, a sua população tem vindo a aumentar. Este é mais um passo nesse bom caminho.
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