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Vem aí o “cometa do século”. O que é e como o poderá ver?

O cometa C/2023 A3 deverá ser bastante brilhante, como o Halley e o Neowise, e espera-se que seja visível a partir de sexta-feira, 27 de Setembro.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
Comet C/2023 A3
© José J. Chambó (www.cometografia.es)Comet C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) captured by José J. Chambo, remotely from Hakos Farm, Namibia, 26 June 2024, 18:03 UTC.
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O cometa C/2023 A3, também conhecido como cometa Tsuchinshan-ATLAS, já é visível a olho nu no hemisfério sul e, se tudo correr bem, isto é, se sobreviver à sua passagem pelo periélio na sexta-feira, 27 de Setembro, também nós o conseguiremos ver. Os astrónomos chamam-lhe “cometa do século”, porque poderá ser quase tão brilhante como Vénus, o segundo planeta a contar do Sol. Trocado por miúdos: poderá atingir mais luminosidade do que qualquer outro cometa no século XXI.

Como é habitual, o nome do cometa revela desde logo pormenores importantes. Por exemplo, a letra C indica que se trata de um cometa não-periódico, o que significa que é muito provável que esta seja a sua única visita ao Sistema Solar (se regressar, será daqui a 26 mil anos). Já o número 2023 identifica o ano em que foi descoberto, enquanto a letra A indica que a sua primeira observação teve lugar na primeira quinzena de Janeiro e o número 3 que foi o terceiro objecto descoberto nesse mesmo período.

Já o seu segundo nome, Tsuchinshan-ATLAS, é uma referência aos dois observatórios que o descobriram. O Observatório da Montanha Púrpura da Academia Chinesa de Ciências, também conhecido como Observatório Chinês de Tsuchinshan, que o observou pela primeira vez a 9 de Janeiro de 2023; e o Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS), um grupo de quatro telescópios (dois no Havai, um no Chile e outro na África do Sul), que confirmou a sua existência a 22 de Fevereiro do mesmo ano.

Onde e como ver o “cometa do século”?

Actualmente, o Tsuchinshan-ATLAS encontra-se na constelação de Sextante e está a nascer uma hora antes do Sol para os observadores do hemisfério norte. Atingirá o periélio (a sua maior aproximação ao Sol) a 27 de Setembro, mas é a 14 de Outubro que estará mais próximo da Terra. Nessa data, estará a cerca de 70,7 milhões de quilómetros do nosso planeta. Isto, claro, se não ocorrer uma sublimação excessiva, ou a transição de estado da fase gelada para a fase gasosa, “devido à intensa radiação solar, que pode levar à desintegração prematura do cometa”, como explica Margherita Erriu, no site do projecto de informação meteorológico Meteored.

“De acordo com os cálculos dos astrónomos”, adianta a especialista italiana, “será possível observar o cometa a olho nu a partir de 10 de Outubro, ainda que por um período muito limitado, pouco depois do pôr-do-sol e muito baixo no horizonte oeste.” Além disso, apesar de o cometa estar a brilhar com uma magnitude de pelo menos 3,4, a luz dispersa da Lua e o início do crepúsculo matinal dificultam a sua observação, pelo que a melhor forma de o ver será antes do nascer do Sol e com recurso a binóculos ou a um telescópio de baixa potência.

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