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Onde antes morava o La Parisienne Bistrot, no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, nasceu o restaurante Visconti, com alguns dos pratos italianos mais clássicos.
Luchino Visconti é o realizador favorito de Guy-David Gharbi, dono do restaurante Legaaal, no Bairro Alto, do Bohemian Beach Club, na praia da Cabana do Pescador, na Costa da Caparica, e um dos sócios deste italiano. A coincidência, que até esta aventura começar o empresário não sabia, é que Visconti era também o apelido da maior paixão de Bordalo Pinheiro, Maria Visconti. Curiosidades à parte, tudo bate certo no Visconti, o restaurante que mantém as arcadas em pedra e os grandes janelões virados para o largo com o mesmo nome do pintor, e que aposta numa decoração confortável, com muitos sofás, recortes do jornal A Paródia e espelhos vistosos.
Hugo Dias de Castro, ex-Casa de Pasto e Rio Maravilha, assumiu o papel de chef executivo dos restaurantes do grupo e a carta deste Visconti, em frente ao pan-asiático Boa-Bao, ainda vai levar uma volta. “Queremos que seja comida de conforto, mas com um toque de autor”, diz o chef, cuja primeira experiência na gastronomia italiana foi no Gusto de Heinz Beck, no Algarve. Para o Visconti, fala na possibilidade de carrinhos com massa a flamejar, com uma roda de parmesão, ou até um bar de mozarelas. Luís Silva, o chef residente, corrobora: “Começámos com uma cozinha funcional. Agora sim, vai ser uma coisa mais italiana, mais fora da caixa.”
Mas enquanto não penduram a massa fresca nas janelas da cozinha, bem à vista da sala, o que mais chama à atenção numa sala pintada de azul escuro é o imponente forno a lenha dourado, de onde saem pizzas napolitanas. Na lista está, claro, a Margherita, com tomate, mozarela de búfala e manjericão (12€), e por enquanto outra dúzia de pizzas clássicas, como a Quatro Queijos, com mozarela de búfala, gorgonzola, parmigiano reggiano e queijo artesanal de cabra (16€) ou a Funghi, com tomate, mozarela, cogumelos Paris, portobello e shiitake (17€), assim como algumas calzones, incluindo a Burrata, recheada com crème fraîche, a burrata cremosa, balsâmico de Modena, manjericão e prosciutto cotto (17,50€).
Para começar sem pressas, há a focaccia com azeite e alecrim (5€), que pode, e deve, acompanhar com mozarela, ora de búfala (8€), ora affumicata, com notas fumadas (10€) ou com a burrata da casa (9€), regada com azeite. Nas entradas há ainda um carpaccio de novilho (13€) com alcaparras fritas a intensificar o sabor ou as tábuas de charcutaria para partilhar (a partir de 13€), com enchidos como o speck, a pancetta ou a mortadela tartufo e queijos, do asiago ao parmigiano reggiano.
Segue-se então a massa fresca, como linguini cacio e pepe, especialidade romana, com pimenta e parmesão (13€) ou a carbonara feita como manda a regra, com ovo, parmesão e guanciale (14€). Porque nem só de massa e arroz vive o italiano, há pratos da terra, como a entrecôte toscana (25€), uma carne com uma maturação de 21 dias, servida com trufa laminada e massa risoni com mascarpone e sálvia (uma massa que à primeira vista faz lembrar um cremoso risoto). E outros de mar, como os tentáculos de polvo com linguini nero e minilegumes grelhados a acompanhar.
Em breve, tencionam trabalhar a ideia do aperitivo italiano e fazer uso do bonito balcão de bar no meio do restaurante, que também tem cocktails de autor. No final da refeição, oferecem a todos os clientes um copinho de limoncello caseiro (têm, também, grappa) – mesmo a puxar uma sobremesa, do tiramisù (7€) aos profiteroles com avelãs de Piemonte (6€).
A carta aprimorada entrará nas primeiras semanas de Novembro e, até ao final do ano, os responsáveis deste Visconti vão abrir um segundo italiano na zona das Docas, em Alcântara.
Largo Rafael Bordalo Pinheiro, 18 (Chiado). 21 346 1512. Seg-Dom 12.00-00.00.