Notícias

‘Wicked’: um olhar diferente sobre a Terra de Oz

Primeiro houve o best-seller de 1995 contado do ponto de vista da Bruxa Má do Oeste. Depois, em 2003, o musical da Broadway. E agora estreia-se a primeira parte de ‘Wicked’. A parte 2 virá em Novembro de 2025.

Escrito por
Eurico de Barros
WICKED
Universal PicturesWicked
Publicidade

Foi em 1995 que o escritor americano Gregory Maguire publicou Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West, uma revisitação profundamente revisionista da Terra de Oz criada por L. Frank Baum, que assinou 14 livros desta série que deu origem ao filme clássico de Victor Fleming O Feiticeiro de Oz (1939). Wicked conta a história das origens e da juventude da Bruxa Má do Oeste, aqui chamada Elphaba, apresentando-a como uma vítima da intolerância, da falta de compreensão e da execração primária dos que a rodeiam, por ter nascido diferente: verde, feia, com dentes afiados e agressiva – e também invulgarmente perspicaz, inteligente e com invulgares poderes mágicos. Maguire demora-se também a contar como Elphaba e Galinda, a futura Bruxa Boa do Oeste, se conheceram na Universidade de Shiz, e apaixonaram ambas pelo Príncipe Fiyero, descrevendo a Terra de Oz como um estado para-totalitário controlado pelo Feiticeiro que vive na Cidade Esmeralda, e que acaba por perseguir e segregar até os animais falantes que dela fazem parte. 

Depois de muitas (e violentas) peripécias, Elphaba acaba por passar à clandestinidade e começar a combater o Feiticeiro de Oz e o seu regime repressivo. Gregory Maguire disse que a sua intenção ao escrever Wicked foi questionar um punhado de estereótipos relacionados com a ideia do mal, bem como reflectir sobre a oposição entre as noções de se “nascer mau” e de se ser “levado à maldade”, recorrendo para isso à figura unidimensional da Bruxa Má do Oeste e a toda uma envolvência que a forçou a transformar-se em algo que não era por natureza. O livro foi um best-seller e seguiram-se mais três volumes, Son of a Witch (2005), A Lion Among Men (2008) e Out of Oz (2011), todos na mesma linha do original.

Wicked
Universal PicturesWicked

Em 2003, e antes que Hollywood se apoderasse dele, Wicked foi transformado num musical da Broadway, com canções compostas por Stephen Schwartz (o autor de Godspell e letrista das canções de filmes animados como Pocahontas, O Corcunda de Notre Dame ou O Príncipe do Egipto, entre outros) e libreto de Winnie Holzman. O elenco era liderado por Idina Menzel (a voz de Elsa nos filmes Frozen – O Reino do Gelo da Disney) no papel de Elpheba, Kristin Chenoweth como Glinda, Norbert Leo Butz interpretando Fiyero e o veteraníssimo Joel Grey (Cabaret) a fazer de Feiticeiro de Oz. O sucesso de Wicked foi descomunal. O musical ganhou três prémios Tony e sete Drama Desk Awards, o disco com o elenco original recebeu um Grammy e as receitas já ultrapassaram o milhar de milhões de dólares. Em 2017, Wicked tornou-se no segundo musical mais lucrativo da história da Broadway, só ultrapassado por O Rei Leão.

Depois de duas tentativas falhadas de tornar Wicked num telefilme não-musical e numa mini-série com Salma Hayek a produzir e a interpretar Elphaba, Hollywood entrou finalmente em cena, adaptando o musical em dois filmes, devido à extensão do original (o primeiro Wicked termina no intervalo da versão de palco, e o segundo, Wicked Part Two, abrange a segunda parte do espectáculo). O realizador ia ser o inglês Stephen Daldry (Billy Elliot, As Horas), que acabaria por ceder o lugar a Jon M. Chu (Asiáticos Doidos e Ricos, Ao Ritmo de Washington Heights), por ter outros projectos em mãos. O argumento é de Winnie Holzman e Dana Fox, tendo Stephen Schwartz escrito mais um par de canções expressamente para a fita, que teve um orçamento de 150 milhões de dólares. Os efeitos digitais, abundantíssimos e essenciais à história, foram entregues à Industrial Light and Magic e à Framestore. Os dois filmes terão também uma versão em comic book.

Várias actrizes foram consideradas para os papéis de Elphaba e de Glinda, e os produtores pensaram ainda dá-los às suas intérpretes originais no palco, Idina Menzel e Kristin Chenoweth. Os papéis acabariam por ir, respectivamente, para Cynthia Erivo e Ariana Grande (sendo Erivo negra, houve acusações de viés woke no casting, já que nas várias produções de palco não houve escolhas de actrizes não-brancas para esta personagem). A figura de Fiyero foi entregue a Jonathan Bailey e Jeff Goldblum é o Feiticeiro de Oz. Os três actores da produção de palco original aparecem também, numa sequência do filme passada na Cidade Esmeralda. Nos EUA e no Canadá, esta primeira parte de Wicked está a ser um gigantesco sucesso de bilheteira, com 262 milhões de dólares arrecadados até agora, a que se somam quase mais 100 milhões fora de portas. A estreia de Wicked Part Two está prevista para daqui a um ano, em finais de Novembro de 2025.

🎄Milagre de Natal – uma festa com TUDO à discrição

🏃 O último é um ovo podre: cruze a meta no Facebook, no Instagram e no Whatsapp

Últimas notícias

    Publicidade