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Fica no coração de Sintra, entre o parque nacional e o Guincho, a primeira casa Yayem. Abriu em 2021, para ser um espaço multifuncional, onde o trabalho e o bem-estar vivem harmoniosamente debaixo do mesmo tecto. De porta aberta a uma comunidade de membros, esta casa é uma opção para quem quer trabalhar, mas também incluir na rotina outras prioridades. A programação diária inclui modalidades desportivas, um espaço exterior, acesso direto à piscina.
A Yayem surgiu do desejo de Nicolas Buteau e Lindsey Elkin, co-fundadores, mudarem o seu estilo de vida. “São duas pessoas que estavam imbuídas neste mundo híbrido de trabalho remoto. E queriam trazer para a vida um lugar onde pudessem trabalhar, mas também descansar, socializar e participar em experiências de aprendizagem únicas”, conta Nuno Andrade, director de operações, em conversa com a Time Out.
A comunidade existe em vários países do mundo e conta com membros de 50 nacionalidades. Apesar de ter presença na Cidade do México, Cidade do Cabo e Londres, em parceria com espaços sociais que também seguem o mesmo conceito de co-work, a primeira (e até agora única) casa física situa-se em Portugal. “Não foi difícil chegar à conclusão de que Portugal era o sítio ideal. Tem todos os requisitos necessários e estava cá a comunidade global. Um clima incrível, boa comida, é um lugar seguro e uma porta de entrada para a Europa. Estamos literalmente a 20 minutos de Lisboa, mas também conseguimos estar aqui no meio da natureza. Temos o melhor dos dois mundos”, acrescenta.
Os membros são quase todos profissionais que conseguem trabalhar em qualquer parte do mundo, ao mesmo tempo que procuram incluir no seu dia-dia actividades de bem-estar físico e mental, bem como manter uma vida social activa. “Este lugar é um espaço em que podemos trabalhar, meditar, dar um mergulho na piscina, beber um copo de vinho, comer boa comida, conviver e voltar a trabalhar, muito mais motivados e felizes. Queremos muito que as pessoas tenham este sentimento familiar, que se sintam completamente em casa,confortáveis.”
A verdade é que falamos de uma casa com áreas amplas e três pisos com diferentes ambientes. Ao entrar, a vista fala por si. As grandes janelas da sala principal oferecem uma visão panorâmica da Serra de Sintra, assim como acesso directo ao exterior. Ao ar livre, com uma piscina e várias zonas para estar e dar dois dedos de conversa, ou talvez trabalhar, são algumas das opções que a Yayem oferece aos membros. “Acontecem muitas festas aqui [ junto à piscina]. No Verão, fazemos muitos talks, as pessoas ficam aqui deitadas com almofadas e abordamos sempre tópicos diferentes, em que todos participam e se conectam”, partilha Nuno, durante a visita à casa.
Tal e qual uma casa tradicional, a Yayem também tem uma cozinha e uma selecção de pratos no seu menu diário. A escolha dos produtos é selectiva, optando por tudo o que é orgânico e, de preferência, por produtores locais. Ainda no mesmo piso, existem duas salas de reuniões para uso exclusivo dos membros. “Estas salas têm uma gestão própria que funciona através da nossa app, em que os membros conseguem fazer uma marcação para usar as salas.”
Já no andar de cima, o espaço é dedicado ao trabalho e com livre acesso à varanda, que também privilegia uma vista para a serra e a toda a sua natureza.
A cave ou “magic basement”, como é intitulada pelos membros, é uma área de lazer, com direito a ginásio e um estúdio de massagens. Também se pode converter o espaço para aulas de yoga, dança e breathwork. Mas não foi só para actividades de exercício físico que este espaço se idealizou. Há lugar para sessões de cinema, também incluídas na programação, festas temáticas e até duas cabines telefónicas para os membros da comunidade. “Todas as nossas casas são espaços multifuncionais. São espaços preparados para tudo. Para te focares, para descansar e para cuidares de ti”, admite Nuno.
Para integrar a casa e participar nas actividades diárias que a Yayem oferece, é essencial ser membro da comunidade. Apesar de cada membro poder convidar duas pessoas, há determinadas áreas da casa que são de acesso exclusivo. Existem dois tipos de vínculo: a global membership, que pode frequentar a casa 12 vezes por ano e a house membership, com livre acesso diário à casa. “Neste momento, estamos a criar parcerias com espaços sociais, que promovam work and play e não se restringem ao espaço de coworking, para que os nossos membros consigam aceder”, assume o director de operações da Yayem.
Por aqui, passam pessoas de diferentes idades, nacionalidades e áreas profissionais. “Existem alguns critérios para ser membro, mas não de exclusividade. Pelo contrário, muito fomentado na diversidade e sempre a tentar não cair no mesmo género de perfil. Procuramos pessoas de diferentes áreas. A ideia é ter aqui todas as indústrias representadas e isso faz com que se crie energias e novos projectos”, continua.
Apesar de contar com uma comunidade global representada por mais de 50 nacionalidades, o grande objectivo da Yayem é expandir a organização e o seu conceito pelo mundo. “Estas questões de ansiedade e depressão, conseguem ser todas mitigadas se as pessoas realmente pararem e perceberem que este formato actual de trabalho, que é muito cultural em Portugal, diminui muito a produtividade e a motivação. Temos de prestar atenção à condição humana e à nossa própria felicidade.”
Rua dos 4 Moinhos, 375 (Alcabideche). Seg-Sáb 08.00-22.00. Desde 60€ (mensal)
Texto editado por Mauro Gonçalves.
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