É provável que a esta altura do campeonato o público em geral, e os gulosos em particular, estejam cansados de ler, semana após semana, coisas como “novo espaço de comida saudável”, “pratos vegetarianos”, “opções sem glúten”, “batidos sem lactose”. Mas é um facto que a cidade está cheia de espaços virados para esse mundo e que há gente interessada na área (basta ver o exagero de livros de alimentação saudável que têm inundado os escaparates). E contra factos não há argumentos.
O Aloha Café vem traçando esse caminho da comida saudável desde que abriu, no Príncipe Real, no início do ano, com uma cozinha também com bases macrobióticas, produtos biológicos e 100% vegetariana. Um sítio não tanto naquela onda da tosta de abacate (já chega!), mas mais numa cozinha a fazer lembrar os autênticos vegetarianos da cidade, da era pré-comida-que-se-fotografa. Apesar de, atenção, tudo aqui ser bem colorido e cheio de sabor.
Falo de coisas boas que lá comi nos últimos tempos, como uma sopa de abóbora com caril e sementes de sésamo, muito saborosa, muito leve; de uma curiosa bolonhesa de lentilhas, com polenta e uma salada colorida ao lado, com pickles caseiros de cenoura e nabo; falo de um delicioso hambúrguer exótico, em pão de pita, feito com quinoa, a trazer banana grelhada, beringela, molho de iogurte e batata doce frita; de um wrap com hummus de grão, também com uma boa salada lá dentro; e de um batido de banana e morango excelente. Na maioria das vezes o menu do dia é uma boa opção e as sobremesas, sempre expostas no balcão, idem – a tarte de maçã caseirinha, por exemplo, é simples mas boa.
Claro que o biológico ainda se paga (12/13€ um almoço), mas aqui paga-se, come-se em doses grandes e sai-se bem saciado.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.