Café Palhinhas

Cozinha, serve à mesa, recebe clientes, desdobra-se em vários idiomas e nunca tira os óculos de sol. Samuel Nobre é protagonista do one man show mais eficaz da história da restauração e se alguém lhe perguntar se quer ajuda, vai recusar com um sorriso rasgado. Debruçado sobre o porto de pesca da Azenha do Mar, com uma vista indescritível, o Café Palhinhas não quer ser mais do que já é: uma casa de pasto familiar com toques de café de aldeia que soube tirar partido da panorâmica para se aventurar no serviço de bar. Os petiscos do dia estão anunciados numa ardósia e podem envolver percebes, camarão grelhado, amêijoas e moreia frita. Chegam em doses para partilhar e acompanham com uma garrafa de branco colocada num balde com água gelada que Samuel gosta de pintar de várias cores com a ajuda de corante alimentar. À hora do pôr-do-sol, saem os gins, os mojitos e as caipirinhas, e acendem-se as luzes da esplanada. Quer fazer boa figura nas redes sociais? Chegue com tempo e guarde lugar. E por favor, não identifique o espaço. Samuel prefere continuar assim, discreto e caseiro e capaz de dar conta do serviço.