Crítica
Durante muito tempo um dos melhores restaurantes chineses da Grande Lisboa ficava no Cacém. Os donos tinham ligações a Macau, pelo que o forte eram os petiscos de Cantão (ali ao lado), internacionalmente conhecidos como dim sum. O sítio, pequeno e humilde, cheirava a fritos como uma rulote de churros mas a comida era autêntica e caseira, coisa rara num passado em que reinou o chop suey e o porco agridoce. Em 2014, a cozinha transferiu-se para Oeiras, junto ao Parque dos Poetas, e cresceu em tamanho e clientela. O restaurante, hoje, mistura a estética de um hotel de três estrelas aprumadinho, madeiras falsas e cadeiras acetinadas, com a de um salão de banquetes chinês, iluminado por candelabros de plástico multicolores.
Aos fins de semana, uma horda de portugueses inábeis com pauzinhos enche as mesas do espaço, todas do tipo Lazy Susan, redondas e rotativas, e outra horda de empregados ciranda de um lado para o outro, nem sempre com rumo definido.
O forte continuam a ser os dim sum, dos rolos de massa de arroz com gambas às vieiras cozidas ao vapor com alho, passando pelo pato enrolado em alface. O problema do óleo queimado nos fritos acompanhou a transferência da casa antiga e isso é uma pena. Entretanto, apareceram alternativas com cozinha chinesa autêntica, mas este Dim Sum continua a valer a pena, sobretudo pelo ambiente festivo e ruidoso em dias de enchente e pelo preço, entre os 10€ e os 15€ por pessoa.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.