1. Restaurante, Fogo, Carnes
    ©Manuel MansoFOGO
  2. Restaurante, FOGO, Alexandre Silva
    ©Manuel MansoFOGO
  3. Fogo
    ©Manuel MansoO pão da casa e o couvert do Restaurante Fogo
  4. Fogo
    ©Manuel MansoAlho francês e laranja do Restaurante Fogo
  5. Fogo
    ©Manuel MansoVaca frísia do Restaurante Fogo

FOGO

  • Restaurantes
  • preço 3 de 4
  • Avenidas Novas
Alfredo Lacerda
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A Time Out diz

Ao fundo vê-se uma fogueira viva, quase um metro de altura de lume sob tachos de ferro e grelhas. O ambiente é escuro, como se estivéssemos no interior de um vulcão de rocha preta com feixes de lava no tecto, enquanto nas colunas soa um hip-hop da velha guarda.

É assim o primeiro impacto, mas há mais. Tudo foi pensado com detalhe, as obras levaram muitos meses e em cima disso o chef e proprietário, Alexandre Silva, ainda teve de enfrentar a pandemia na pior altura.

O regresso aconteceu já em Agosto, com algumas alterações na gestão do espaço e dos recursos humanos. Os desafios são muitos e são caros. Está-se a lidar com técnicas de cozinha menos fiáveis, mais empíricas. E está-se confinado a uma cozinha aberta, porventura apertada para a dimensão da sala.

A grande inspiração dos restaurantes de fine dining de fogo começou por ser o Asador Etxebarri. Instalado no País Basco, atingiu o terceiro lugar na lista dos World’s 50 Best Restaurants, em 2019. A filosofia assenta em produtos de excelência cozinhados de forma simples em lenha. Outro dos templos do fire fine dining moderno é o Burnt Ends, em Singapura, de onde veio Ronald Sim, que fez parte da equipa inicial do Fogo.

No Fogo, com chefia executiva de Manuel Liebaut, a carta é feita de produto português e não contempla os micro-pratinhos habituais nas degustações gastronómicas. Nalguns casos, como no arroz de forno de miúdos com borrego, a dose vem mesmo numa frigideira de ferro capaz de agradar ao Fernando Mendes pré-sleeve gástrico.

A abrir, o pão de fermentação lenta do couvert, feito na casa, é do melhor que provei em Lisboa, cheio de rusticidade e sabor (e com mais uns minutos de tosta no forno, melhor ainda seria). A acompanhar, manteiga de vaca caseira, muito gorda; rillete de porco para barrar, forrada a cebolinho; azeite Esporão Virgem Extra (entrada de gama, suave); e pickles caseiros crocantes e equilibrados de acidez e doçura.

Nas entradas, a ostra é um portento de conforto e mar e o mesmo para os berbigões. Quanto aos pratos de peixe, obrigatória a raia em molho de manteiga (prato fixo na carta desde o início, coisa rara). Nas carnes, sugerem-se as maturações de minhota e desaconselha-se a presa de porco, sensaborona.

Por fim, as sobremesas. Têm tido pouco rotação e são três, duas delas sólidas: o bolo de banana e a tarte de pêssegos assados (já a ficar fora de época). E ainda uma mais fresca, com fruta (no caso meloa e melão) e granizado.

O Fogo precisa de afinações. Há coisas que pedem molhos, outras que pedem marinadas, outras mais sal ou mais fogo. Também aconteceu virem dois pratos em três com pão, sem aviso. E o empregado servir “um peixe da nossa costa chamado garrento”, mais conhecido por tainha (aplaudo a pedagogia dos peixes sustentáveis, não aplaudo a falta de informação).

Dito isto, o Fogo é uma das melhores mesas para nos aquecermos neste Outono. Vão lá, lareiras que dão boa comida são as melhores.

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

Detalhes

Endereço
Avenida Elias Garcia, 57
Lisboa
1048-017
Preço
35-40€
Horário
Seg-Dom 12.30-16.00/19.00-02.00
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