Dois ou três nos dizia-se que os cachorros eram “a” próxima cena. Andava tudo fartinho de hambúrgueres e pregos, estavam já a aparecer alguns restaurantes da especialidade, as casas de cachorros estavam a crescer que nem cogumelos nas principais capitais europeias e tudo indicava que o fenómeno se repetiria em Lisboa. Dois ou três anos depois, podemos dizer que a coisa não se deu. Nasceram alguns negócios, mas o termómetro não chegou a atingir índices de febre.
O Hottie, aberto no pós-Verão 2016, parece-me alheio a este (não) movimento. É uma casa de cachorros com laivos de snack-bar, inspirada na cultura norte-americana. Um sítio pequeno, simpático, e que estava vazio quando lá almocei. Vazio e com a carta desfalcada (faltava, por exemplo, o cachorro Hottie, o mais básico da ementa).
Pediu-se um Machete, com porco desfiado em molho BBQ, jalapeños, guacamole, creme azedo e cebolinho (4,50€) e um McDowells, um hambúrguer de vaca em formato salsicha, cheddar, bacon, cornichon, mostarda e ketchup (4€). Fraco o pão nos dois casos, bastante duro e seco, mas a funcionar melhor na primeira combinação, bastante boa. No segundo, mal se sentiu o cheddar e o bacon vinha esturricado debaixo da salsicha, também ela tostada em excesso. Ao lado batatas fritas com alecrim sensaboronas, e uma tacinha de bom Mac&Cheese, polvilhado com flocos de pão. Para rematar, umas baby back ribs em molho BBQ (4,50€), com carne pouco saborosa e um molho adocicado.
Tiro o chapéu às combinações, à ideia, mas acho que ainda há algum trabalho de lume e chapa para fazer neste Hottie.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.