Um café bonito na Mouraria, com uma esplanada num largo que reúne o melhor do bairro (a história e as etnias), aquela decoração de restos de colecção com peças desirmanadas, mas que aqui, pelo ambiente descontraído, não enjoa, empregados simpáticos que sorriem quando passam, fazem sugestões e conversam q.b. Resumindo, é um sítio onde tudo está certo. Tudo menos a comida.
Percebe-se que não quiseram ir (só) às clássicas tostas, saladas e tábuas – apesar de as haver –, tiveram umas ideias boas, mas a concretização deixa a desejar. O puré de ervilhas com ovo cremoso e pó de presunto (5,60€) era só uma argamassa insossa, com croûtons, um ovo nada cremoso, quase cozido, e pedaços de presunto que lhe acrescentam pouco. Um ovo no mesmo ponto de cozedura veio nos ovos rotos (5,20€), com fatias de presunto grossas e aquelas batatas wedges, mais cozidas que fritas; e o pão da focaccia de frango crocante, sweet chili e cheddar estava tão duro que, não fora o panado de frango ser tão bom e o cheddar trazer sempre coisas boas, teria sido mais um prato desastroso.
Gostei bastante do cheesecake, aqui ao estilo nova-iorquino, cozido no forno, com frutos vermelhos no meio e achei o bolo de chocolate engraçado também, com o ponto de açúcar ideal. Mas não chega. O Corvo merece mais.
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