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Ljubomir com a estrela do almoço: a trufa de Arezzo
Era uma da tarde quando começaram a chegar. Entre os convidados estavam amigos do anfitrião Ljubomir Stanisic, como o actor Diogo Amaral e pessoas ligadas à gastronomia, do crítico de vinhos João Paulo Martins ao chef Vítor Sobral. No bar, à entrada, toda a gente ia directa para a bandeja onde se exibia um dos mais fascinantes fungos do mundo. Todos, sem excepção, aproximavam o nariz e inspiravam profundamente.
O ritual repetia-se: “Já snifaste?”, perguntava um dos convidados para o jornalista da TVI Paulo Salvador, destapando o prato. Lado a lado, estavam trufas pretas de Périgord, trufas brancas de Alba – as mais caras do mundo - e uma outra, gigante, ex-libris do almoço. “Pesa 618 gramas. É uma das maiores trufas apanhadas este ano em Arezzo, que fica entre a Toscânia e Alba. Comprei-a a uma pessoa que me fornece já há várias anos”, explicava Ljubomir à Time Out.
O nome do homem que encontrou o troféu é um italiano chamado Nicola, mas grande parte do crédito deve ser atribuído a Shunga, a sua cadela. As trufas brancas só existem no estado selvagem e são recolhidas uma a uma, debaixo da terra, com recurso a animais com um faro aprimorado. Durante muito tempo achou-se que os porcos eram ideais para a tarefa, mas hoje em dia a maioria dos apanhadores vale-se de caninos, como a Border Collie que encontrou este fungo gigante, por serem narizes mais delicados.
O apanhador Nicola terá demorado 70 minutos só para retirar esta trufa da terra, que depois foi acondicionada numa caixa de frio, com temperatura controlada, e enviada por avião para Lisboa, onde chegou na manhã desta quarta-feira.