O Pachamama é um restaurante biológico, tudo certificado, numa ruazita escondida no Cais Sodré, que não esquece um dos elementos mais importantes da nossa gastronomia: o pão. No dia em que lá fui as hostilidades abriram-se com um excelente pão de centeio feito na casa num processo natural, ligeiramente azedo, denso, com alguma humidade interior e tostado na côdea. Têm outros, como o de levedação lenta e o de espelta, e vendem para fora (2,20€ custou-me o de centeio).
A qualidade do pão, com um engraçado patê de feijão branco com coentros para barrar, marcou o tom para tudo o que veio a seguir, no caso 100% vegetariano, apesar de terem também peixe e carne bio. Boa a feijoada à frade, feita com feijão frade, a trazer o sabor da feijoada na base, legumes a substituir as carnes, uma salada de verdes fresquíssimos e arroz integral; muito boa a sopa de cenoura e gengibre, leve mas cheia de sabor, com sementes de papoila e sésamo; muito, muito bom o risoto de abóbora, com caldo no ponto, sabor a queijo e a abóbora, numa dose XL. Só normal o brownie de caramelo – nada mais do que uma fatia de tarte pouco doce.
Com bebidas – um belo xarope de romã (de frasco) e um chá de ervas – pagou-se 23,50€ (10€ cada menu de almoço) por duas pessoas. Ora num sítio com comida biológica certificada, na onda do saudável, serviço do mais simpático que tenho apanhado por Lisboa e numa sala cheia de luz, não há dúvida que este Pachamama tem tudo para (continuar a) vingar.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.