1. RIB beef and wine
    Fotografia: Manuel Manso
  2. Rib Beef & Wine - Cowboy Steak
    Fotografia: Manuel Manso
  3. Rib Beef  & Wine
    ©Manuel Manso
  4. Rib Beef  & Wine
    Fotografia: Manuel MansoAntes de atacar as carnes do Rib há wine session

Crítica

RIB Beef & Wine

4/5 estrelas
  • Restaurantes
  • preço 4 de 4
  • Santa Maria Maior
  • Recomendado
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A Time Out diz

Bati dois recordes da minha vida, em simultâneo, quando jantei no RIB Beef & Wine. Ser a única portuguesa num espaço onde cabem, à vontade, 80 pessoas, e outras 80 se se contar com a zona de bar e a esplanada; ser a pessoa mais nova do restaurante. E sublinho: o RIB Beef & Wine
 é o restaurante da Pousada de Lisboa, no Terreiro do Paço, Lisboa, Portugal, e não o salão de chá de uma estância termal da Suíça.

É verdade que não é de estranhar tendo em conta que estava 1) na Baixa de Lisboa,
2) em meses já considerados quentes, 3) em 2017. Mas com um restaurante virado para a carne, que tanto furor causa por aí, podia ser que encontrasse outros falantes da língua (de Portugal, note-se). Mas nenhum, rien, nicles. Só mesmo os empregados, vários, todos muito simpáticos
e conversadores – também era fácil, devo ter sido uma espécie de mesa de descanso, uma passagem pelas boxes para repor energia
– conhecedores da ementa e disponíveis para responder a tudo aquilo que perguntei.

Reproduzo partes da conversa. “O pão é feito na casa?” “Não,
mas é cozido cá”. Banais as
fatias de pão e as torradas, mas excelentes as bolinhas, a lembrar as caralhotas de Almeirim, densas, enfarinhadas, acompanhadas de boa manteiga de beterraba.
“O chef é o mesmo do restaurante do Porto?” “O chef Rui Martins é consultor. Na cozinha está o chef Luís Rodrigues”. Um nome que já tinha dado que falar no Bastardo e agora volta a mostrar o seu talento e capacidade de tornar a cozinha de hotel descontraída – apesar de parte da ementa ser semelhante à do restaurante do Porto. “Os croquetes são de vaca?” “Sim, só trabalhamos com carne de vaca”. E são muito bons, a carne a desfiar no interior, a fritura sem resquícios de óleo, acompanhados de um molho de cebola fumada. “Quem é o responsável pelas sobremesas?” “É a chef Ana Novais.” Desconheço o seu percurso, mas agora sei que tem um petit gâteau de chocolate de caramelo delicioso, a escorrer pelo prato assim que se dá uma colherada, com um granulado
de chocolate na base e morangos cheios de sabor a lembrar a verdadeira fruta de época.

E agora permitam-me, antes de ir à carne, apenas mais uma nota sobre uma excelente sopa de tomate à alentejana, com ovo escalfado e bacalhau que comi de entrada. Muito leve, com alguns pedaços de cebola, o ovo no ponto, a entrar bem no caldo, o tempero certo, o bacalhau em lascas. Uma reapresentação do tradicional bem conseguida.

Nas carnes a ementa tem
uma série de cortes, algumas maturações, algumas para duas pessoas. Para a mesa veio um RIB Eye médio-mal passado, bem selado por fora, com muito sabor e o tal ligeiro marmoreado que a ementa prometia a ser cumprido; e veio um Chateaubriand, carne do lombo, mais tenro, ainda em sangue mas com uma boa crosta de grelha por cima. Em cima dos dois, uma noz de manteiga Café Paris a dar sabor, e ao lado flor
de sal simples, flor de sal com pimentão doce e flor de sal com azeitonas, as três de qualidade superior, que permitem temperar a carne à medida que se vai comendo e, como tal, provar alguns sabores diferentes. Como acompanhamentos, uns bons legumes asiáticos, ligeiramente picantes, e umas batatas fritas sem grande história.

Fazendo um balanço da noite, tudo o que se comeu estava muito bom. A qualidade das entradas (ainda estou a sonhar com aquela sopa), o sabor das carnes (as doses são grandes, mas é daqueles
casos em que não dá vontade de deixar nada no prato), o remate
da sobremesa (zero enjoativa). O serviço é irrepreensível, atento, rápido, o copo de vinho nunca esteve vazio. Agora tudo isto se paga. E bem. Com vinho – ok, não era o segundo mais barato da lista, que se diz ter muita saída, mas estava seguramente entre os 10 mais baratos – a conta saiu a 60€ por cabeça. Talvez não incomode a carteira de muitos turistas que nos visitam, mas ainda incomoda a dos lisboetas. E isso pode explicar os dois recordes batidos por mim, Marta Brown, à mesa do RIB Beef & Wine
.

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

Detalhes

Endereço
Praça do Comércio, 31/34
Lisboa
1100-148
Transporte
Metro Terreiro do Paço
Preço
Até 50€
Horário
Dom-Qui 12.30-15.00/19.30-22.30, Sex-Sáb 12.30- 15.00/19.30-23.00
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