Qual é o segredo para uma rotina que resulta mesmo?

Um sérum sem o qual não vive, uma body butter que mudou tudo e uma certeza: cuidar de si vem primeiro - mas é preciso saber por onde começar. Spoiler? Na The Body Shop, claro.
The Body Shop
D.R.
Time Out em associação com The Body Shop
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Fomos à The Body Shop espreitar os bastidores da marca e trouxemos respostas cheirosas, confissões de beleza e truques para a Primavera. O que é que inspira quem está por trás de uma das marcas mais icónicas da beleza sustentável? Quais são os essenciais para ter sempre no nécessaire? Qual é a melhor rotina de skincare? Sentámo-nos à conversa com Diego Ortiz de Zevallos e Veneta Petkova, directores da The Body Shop Portugal, para falar de escolhas que fazem bem ao planeta (e à pele), e os produtos que nunca saem da prateleira.

Estamos em 2025 e a The Body Shop faz 49 anos. Se pudessem falar com a fundadora, Anita Roddick, sobre o crescimento da marca, o que lhe diriam?

Veneta: Sinto uma profunda admiração por esta pessoa que nunca conheci. Não tive essa sorte na vida e gostava mesmo. Desejava poder conhecê-la e falar com ela. Acho que temos algo em comum com a Lady Anita Roddick, que é a paixão pela The Body Shop, pelos produtos, pela vertente activista do negócio. Para mim, partilho da mesma visão: se fazes algo bom, tenta fazê-lo ainda melhor. É algo que devíamos repetir a nós próprios todos os dias. Trabalhar com esta paixão é realmente contagiante.

Diego: Acho que o carácter e a personalidade dela continuam a ser extremamente relevantes em cada fase da nossa caminhada. Ela foi verdadeiramente revolucionária. Foi uma visionária quando lançou a The Body Shop, há quase 50 anos, como disseste, ao criar um produto e uma marca que queria ser uma força para o bem e para a mudança. E acho que isso era tão relevante na altura como é agora. Continuamos a ter a capacidade de criar produtos que tenham um impacto positivo na sociedade e no mundo. E defendemos firmemente essa visão.
Para mim, seria realmente um sentimento de gratidão pelo modo como ela conseguiu moldar uma indústria que teve, em muitos aspectos, impactos negativos na sociedade, mas também trouxe muita esperança para o futuro. E acredito que essa missão continua no caminho certo e que tudo o que fazemos agora, enquanto parceiros e franchisados em Espanha e Portugal, segue exactamente a direcção que a Anita queria para a sua marca. E imaginem se ela estivesse viva, a ver a sua marca com 50 anos, a manter-se tão consistente e tão acarinhada pelos clientes? Acho que seria um excelente exemplo do que significa sucesso nesta indústria.

A The Body Shop sempre foi muito mais do que cremes e perfumes. O que acham que continua a diferenciar a marca no meio de tantas opções?

V: Sendo um modelo de franchising, trabalhamos com, digamos, um produto que já está bastante desenvolvido. E é o nosso trabalho, ajustar esse produto, essa visão, esse marketing e essas campanhas activistas ao nosso mercado. Nesse sentido, isso facilita o nosso trabalho, porque não precisamos de inventar o próprio produto ou o marketing em si. Mas o nosso trabalho também não é pequeno ao ponto de não termos que o ajustar e torná-lo relevante para cada mercado. É bastante difícil. E é por isso que a maioria das marcas prefere trabalhar com franchising, porque passar um conceito de um país com uma cultura e um património para outro pode criar uma grande lacuna.

D: Acho que, em termos de produto, não é apenas um creme, não é apenas uma fragrância, porque existe todo o trabalho que vai para além disso, certo? Estamos a falar de como a Veneta já falou, da execução no mercado e do porquê do nosso modelo de negócio ser relevante para os franchisados.
Mas o produto que recebemos tem tanto trabalho por trás, no que diz respeito a conexões com as comunidades de pessoas que criam o produto e que recebem um salário justo pelos ingredientes que nos fornecem. Os apanhadores de plástico na Índia que estão a reciclar plástico e a resolver um problema de poluição no seu país, mas que, ao mesmo tempo, estão a fornecer-nos o material que precisamos para criar um sistema de ciclo fechado nas nossas embalagens. Então, quando seguras o produto da The Body Shop e quando ouves ou vês uma campanha, quando conversas com as nossas equipas nas lojas, serás capaz de decifrar o verdadeiro trabalho por trás disso.
E acho que é por isso que não é apenas um creme e que não é apenas uma fragrância que poderias comprar  em qualquer outro lugar, mas tem realmente muito valor por trás -  especialmente valor social.

Isso é incrível, não sabia que usavam plásticos recolhidos na Índia, é uma história muito única.

V: Sim, é uma história muito interessante.

D: Trabalhamos com um parceiro chamado Plastics for Change, que está a fazer um trabalho fantástico na Índia. Eles querem trazer para a cadeia de trabalho os catadores de lixo, que são uma das actividades mais desvalorizadas em termos de negócio na Índia. Mas, ao dar-lhes um pagamento justo pelo trabalho e dando-lhes normas e um volume recorrente de trabalho, permite-lhes sair da pobreza e melhorar o seu bem-estar. Eles fazem realmente parte do processo.

Três essenciais The Body Shop que têm de ir já para o nécessaire?

V: Bem, para mim são o creme de mãos, definitivamente, o creme corporal de manteiga de karité e o terceiro seria algum produto de cuidados de pele, como o sérum de Edelweiss, no meu caso.

D: Sim, é interessante porque acho que, uma vez que te apaixonas pelos produtos da The Body Shop, queres sempre comprá-los de novo, certo? É essa frequência que criamos com os nossos clientes fiéis.
Para mim, seria definitivamente o sérum de vitamina C da nossa categoria de cuidados de pele, que tem tido um desempenho incrivelmente bom em Portugal. Na verdade, é o nosso produto mais vendido no mercado português. O segundo seria o Skin Defense, que é a nossa fórmula de SPF, com 50+, e tem um filtro realmente bom. Tenho a pele muito sensível, por isso uso-o como hidratante diário com SPF, o que é óptimo.
E o terceiro provavelmente teria de ser o shampoo de gengibre. O nosso shampoo de gengibre funciona mesmo nas raízes do cabelo e tem uma grande capacidade de fortalecer o couro cabeludo, criando volume e maior densidade quando usado.
Portanto, falei talvez sobre três que são os mais vendidos, mas definitivamente o shampoo de gengibre. Se falarmos globalmente, é o produto número um a nível mundial. Por isso, acho que me apaixonei por ele porque tem um cheiro realmente fresco e é uma experiência de shampoo diferente.

É surpreendente para vocês que esse seja o número um?

D: Acho que o que percebemos que conecta realmente bem com os clientes, em termos de produto, é que querem encontrar algo diferente do que encontrariam talvez numa farmácia, num supermercado ou num simples creme. Eles querem algo que tenha um benefício tangível, que possam ver o antes e o depois e, especialmente com a The Body Shop, há como que um interesse num despertar sensorial. Querem que tenha fragrância, querem que seja sedoso, querem que seja fresco e querem que seja atraente de uma forma que, ao usarem o produto, comecem a descobrir um pouco mais da sua personalidade. Portanto, tanto as texturas como a experiência precisam de revelar isso.

Por isso, sinto que quando experimentas algo como o shampoo de gengibre e quando o aplicas no cabelo e sentes a frescura e o cheiro e o antes e depois, pensas: ok, entendo porque é que é o número um no mundo.
E definitivamente, na história da marca, melhorámos muito para entregar sempre produtos muito eficazes, que cumprem o que prometem e que têm um efeito duradouro, seja na pele ou no cabelo e no couro cabeludo. Por isso, acho que é por isso que são best-sellers e porque permanecem no catálogo durante tanto tempo.

E um produto subestimado que merece mais atenção?

D: Um dos produtos escondidos que eu encontro e que adoro, porque não é só para o corpo e o cabelo e tudo, mas também para o ambiente. Temos um spray de lavanda para dormir. Uso todas as noites.

V: Eu não consigo dormir sem ele.

D: Sim, é feito com óleos essenciais 100% naturais, de lavanda. E é um mist em spray que podes usar obviamente na almofada e na roupa de cama, mas também à volta do teu quarto. E cria esse momento de tranquilidade, que não sentes necessariamente na pele, mas sentes no momento.
Acho que esse tipo de produto é muito versátil, porque é um produto que podes ter para ti, mas também podes oferecer. Podes tê-lo em diferentes ambientes, podes tê-lo no teu quarto, mas também na tua sala, no teu escritório. E essa outra funcionalidade do produto torna-o realmente apelativo. E está aos poucos a tornar-se um best seller e é sem dúvida um a acompanhar.

Hoje, os consumidores estão cada vez mais informados e querem mais do que um bom produto - querem um propósito. Como é que respondem a essa procura?

V: Os clientes estão realmente bem informados com as tecnologias actuais. Eu diria que temos clientes que são muito fiéis e que usam os nossos produtos há muitos anos. Depois, podem experimentar outras coisas, mas já estão apaixonados por nós e continuam connosco. E depois temos sempre novos clientes. Alguns chegam porque ouviram falar de um produto, de alguma característica específica. Outros compram algo ocasionalmente ou recebem um presente. Então, se recebem um presente e gostam, depois voltam e continuam a ser nossos clientes. 

D: Acho que isso é o que é bonito no conceito de uma compra com propósito. Eu diria que a The Body Shop é o destino para presentes com propósito, seja para ti próprio ou para outra pessoa. Porque cada produto que temos, cada produto que vendemos tem um impacto positivo no mundo.
Portanto, independentemente da história, e há muitas para os nossos clientes descobrirem, eu convido-os realmente a conversar com os nossos colegas de loja, que são fantásticos representantes da marca.
Tudo o que comprares na The Body Shop vem de uma cadeia de fornecimento positiva, de um grande património e uma grande origem. Portanto, o facto de o podermos oferecer como um meio de partilhar isso... acho que essa unicidade que às vezes não encontras na indústria da beleza é algo de que todos nós nos orgulhamos. Portanto, acho que sim, são definitivamente produtos que são mais do que apenas produtos, com certeza.

Sustentabilidade já não é uma palavra da moda, é quase uma exigência. Como é que a The Body Shop garante que os seus valores têm os olhos postos no futuro?

D: Acho que sempre tivemos uma grande influência na sustentabilidade. Acho que fomos muito cuidadosos com a forma como criamos as nossas embalagens, como obtemos os nossos ingredientes, mas também com a forma como executamos as nossas campanhas. Acho que o movimento mais importante para nós foi abraçar a circularidade do plástico como um elemento-chave na entrega dos nossos produtos.

Às vezes temos uma ideia errada de que o plástico é mau para o ambiente só porque é plástico. E isso não é necessariamente verdade. Se o plástico estiver num ciclo fechado, se for reutilizado, se for reaproveitado, se for reintegrado no teu produto - todos os nossos produtos são recicláveis e muitos deles vêm de material reciclado -, então não estás a produzir mais. Enquanto muitas vezes outros ingredientes que usas para embalagens são criados do zero e consomem muita energia e, na verdade, são piores para o ambiente.

Quando olhamos para todos os nossos presentes, por exemplo, e todas as nossas ofertas e afins, temos sempre a certeza de que estamos a usar material FSC, que estamos a usar abastecimento naturais, que estamos a trabalhar com fornecedores que, ou fazem tudo à mão, ou que têm uma capacidade muito rigorosa de como construir o produto. Portanto, a sustentabilidade, eu diria, está entranhada em todos os aspectos disso. E depois, acho que o último ponto seria como as nossas lojas são construídas e preparadas. O nosso design de loja também está muito focado na sustentabilidade. Ao usar luzes que economizam energia, madeira reciclada, madeira FSC, alumínio reciclado, materiais locais. É esta ideia de realmente fazermos o que dizemos. 

Que metas é que ainda querem atingir, em termos de impacto social e ambiental?

V: Estamos num período de transição e o nosso foco a curto prazo agora é estabilizar o negócio. Depois, para o próximo ano, esperamos crescer. Vamos trabalhar para o crescimento.

D: No que diz respeito ao lado ambiental ou sustentável, acho que para o futuro, como a Veneta disse, estamos a passar por uma transição onde estão muito focados na inovação.
E vai ser inovação em termos de produto, mas também em termos de embalagens e em expressão da marca. Portanto, estamos certos de que o ângulo da sustentabilidade, que é um dos principais vectores da marca, faz parte dessa estratégia.

Mesmo que não possamos dizer agora quais serão as nossas metas para os próximos cinco ou dez anos, eu diria: fiquem atentos, porque com certeza vai haver uma nova visão para um futuro ainda mais sustentável para a marca.

Completem a frase: “Uma boa rotina de skincare tem…”

V: Bem, vamos simplificar. Uma boa rotina de cuidados com a pele tem um cleanser para o início, o sérum e um creme diário e um creme de noite. Podemos adicionar a máscara, claro.

D: Acho que manteria essa rotina. Mas também faria questão de adicionar o protector solar ou protecção para a pele. E sendo muito egoísta da parte da Body Shop, faria questão de escolher um sérum de vitamina C. E faria questão de escolher o creme Edelweiss, que são duas gamas mais premium em cuidados com a pele que estão a ter um desempenho muito, muito bom aqui.
Acho que o cleanser é algo que depende do tipo de pele no momento. Porque, às vezes, a tua pele reage de forma mais oleosa, ou tens um dia mais seco na pele e talvez queiras algo mais nutritivo. Então, acho que se pode mudar entre os cleansers. Mas, normalmente, quando estamos a falar de algo que queremos ver resultados, realmente deveríamos tentar manter o sérum e o creme.
E, para mim, o duo perfeito é ter a vitamina C e o Edelweiss em combinação para o meu tipo de pele.

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