Se até agora Ourém não lhe parecia destino óbvio para uma escapadinha, chegou o momento de repensar o óbvio. Ficámos na Colina dos Piscos, na aldeia de Seiça, e voltámos com duas certezas: a zona está obviamente subvalorizada e nós, obviamente, vamos querer voltar.
Saindo de Lisboa, vai gastar pouco mais de uma hora a chegar a este turismo rural, que abriu portas no final de Abril de 2017, e vai precisar de muito menos do que isso para esquecer tudo o que deixou para trás. A nós, bastou-nos sentir o cheiro a eucalipto e a pinheiro – o cheiro a campo. Aqui chegados, ainda no lado de fora, não se imagina o que nos espera. É o sossego.
Apenas o som da água a cair – vantagens de não termos uma piscina à disposição, mas um lago, qual praia fluvial privada –, e do vento a passar pelas árvores. E a área em torno do lago é tão vasta que mesmo com todos os seis quartos ocupados, a paz está garantida. Há cadeiras, camas de rede e almofadas espalhadas que convidam a estar. E o verbo não é escolhido ao acaso, que foi mesmo o que nós fizemos, estar, sem planos, sem horas. Na rua, como nos quartos, espaçosos e confortáveis, com todas as mordomias.
“O que mais gosto de ouvir das pessoas é que chegam aqui e desligam, que estão dias sem tocar no telemóvel”, diz-nos Filipa Castelão, que idealizou a Colina dos Piscos com o seu pai, Jorge Castelão, ambos arquitectos.