Ilha da Madeira, Trilhos, Montanhas, Nuvens
©DRTrilhos na Ilha da Madeira
©DR

Bagagem emocional. O universo madeirense representado nos livros, na música e no grande ecrã

Leia, oiça e veja. Aqui tem companhia e inspiração para a próxima viagem à Madeira ou material para se recordar da última vez que lá foi.

Publicidade

Que a Madeira, com o seu clima subtropical, as bonitas paisagens, a imensidão de frutas, e a simpatia do povo, é inspiradora, toda a gente que já lá esteve há-de concordar. Não é por acaso que é um dos cenários de uma autobiografia vencedora de um prémio Pulitzer em 2016, espaço literário para uma aventura juvenil da famosa dupla Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, e terreno fértil para a música e cinema nacionais, com uma perninha em Bollywood (e esta, hein?!). Antes, durante ou depois, o universo madeirense está aí para o prender. Ora atente.

Recomendado: Sete razões para visitar a Madeira

Bagagem emocional. O universo madeirense representado nos livros, na música e no grande ecrã

Histórias para miúdos e graúdos

Barbarian Days

O surf e a cozinha têm uma característica comum: levam horas de preparação e resolvem-se em poucos minutos. Fala-se muito da comida madeirense mas pouco, demasiado pouco, sobre as condições excepcionais para a prática de surf, mas só porque – suspeitamos – os profissionais da causa, os que sabem que no Jardim do Mar, no Paul, se encontram algumas das melhores ondas do país, preferem manter este segredo guardado a sete chaves. Houve, porém, um jornalista surfista que pôs a Madeira nas bocas do mundo ao relatar uma das suas muitas visitas à ilha no livro Barbarian Days, vencedor de um Pulitzer, em 2016, na categoria de biografia. Nela, que é um relato sôfrego e apaixonado de uma volta ao globo atrás da melhor onda, William Finnegan viaja pelo Pacífico, Ásia, Austrália e África, e conta que na Madeira conheceu uma das ondas mais poderosas com que se cruzou na vida. Finnegan colabora há mais de 30 anos com o New York Times, foi repórter de guerra e publicou três livros antes de Barbarian Days, a sua memória autobiográfica dos loucos, livres e felizes anos em que andou de prancha às costas.

Uma Aventura na Madeira

Que seria a dupla Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada não terem dedicado uma das 61 Aventuras à ilha da Madeira. A trama envolve uma caça ao tesouro, um carteirista e a receita do elixir do amor – não é coisa pouca. Com as habituais descrições imaculadas de cenários, correrias, actos de coragem quase sempre ligeiramente inconsequentes (e por isso tão bons), é um óptimo primeiro guia da Madeira para os mais novos.

Para ouvir bem alto

Vol. 3, de Bruno e André Santos, irmãos, músicos e compositores nascidos na ilha da Madeira.

Quando se juntam, formam os Mano a Mano, misturando jazz, pop, rock e folk, deixando as guitarras e os cordofones viajar pela música tradicional madeirense, pelos standards americanos e pela bossa nova brasileira. O disco Vol. 3, um território sonoro de guitarras, pedais e cordofones madeirenses, foi editado em 2019 e serve não só de companhia de passeio como de cicerone para os sons e cenários oferecidos pela ilha.

Publicidade

Madeira na tela e com uma perninha em Bollywood

A estreia da curta-metragem do realizador madeirense Martinho da Silva Andrade está marcada para breve, no Funchal, depois de uma primeira projecção num festival de cinema europeu. “O Feiticeiro do Sul”, que esteve a ser rodado na ilha durante o ano passado, baseia-se no filme homónimo e pretende ser uma homenagem a todas as personalidades que contribuíram para a promoção da arte e cultura madeirenses.

Já num universo cinematográfico diametralmente oposto, não deixa de ser exótico mencionar que terminaram recentemente as filmagens do primeiro filme de Bollywood a ser rodado na Madeira. Sobre o enredo, pouco se sabe, mas mesmo sem saber adivinham-se paisagens de cair para o lado, flores em barda e muita música coreografada. O filme tem realização de Ravi Udyawar e deve estrear já este ano em salas de cinema seleccionadas.

Também poderá gostar de...

  • Coisas para fazer

A Madeira é o destino certo para qualquer altura do ano, seja amante de mergulho, de caminhada, de se estender numa espreguiçadeira sem fazer nenhum ou de ficar à mesa horas sem fim a comer iguarias. Nesta lista encontrará planos mais turísticos e outros menos, porque há coisas que tem mesmo de fazer numa primeira ida à ilha da Madeira, como sentir a adrenalina de descer os carrinhos de cesto empurrados pelos carreiros do monte, provar maracujás no Mercado dos Lavradores ou acordar de madrugada para ver nascer o sol num lugar idílico da ilha (também vale a pena o pôr do sol).

Há algumas iguarias obrigatórias quando for de viagem à Madeira. Bolo do caco barrado com manteiga ou lapas e caramujos são algumas delas, óptimas como entrada. Mas no que toca a pratos principais, não vai encontrar nada tão famoso como a espetada (que nos desculpem os amigos vegetarianos e vegan). A espetada típica madeirense é feita com carne de vaca tenra, louro, sal e alho, em pau de loureiro. Os tempos mudaram e agora é servida habitualmente num espeto de metal. Mas não se preocupe porque mantém-se o sabor e sucos, ainda mais realçados com a manteiga posta no espeto já na mesa, que escorre pelos quadrados de carne.

Publicidade
  • Coisas para fazer
  • Caminhadas e passeios

Uma pequena lição logo de início, porque o provável é não saber o que é uma levada e nós não estamos aqui para julgar, apenas para o encaminhar no sentido certo. As levadas são pequenos canais de irrigação feitos em pedra que servem para redireccionar as águas de uma zona para outra. A sua origem remonta ao século XV, altura em que tinham como função levar e distribuir a água das zonas mais chuvosas do norte pelas zonas mais a sul. Isto significa que, durante um passeio destes, vai poder entrar natureza adentro, seguindo um trilho que acompanha a levada.

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade