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Escapadinha: as melhores coisas para fazer em Lamego

Fica a hora e meia de distância e tem tanto para descobrir. Saiba quais as melhores coisas para fazer em Lamego

Mariana Morais Pinheiro
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Não se faça desentendido. Sabemos bem que veio até aqui por uma boa razão: a comida desta terra. Dona de uma rica gastronomia, Lamego é uma cidade com muitos predicados ao nível culinário. Das famosas bolas de carne, passando pelos enchidos de porco, pelos pratos de cabrito assado, e pela vasta doçaria, onde figuram os biscoitos Lamegos e tartes com o mesmo nome que carregam doses astronómicas de amêndoa, ovos e açúcar. Como vê, é impossível não ceder à tentação em cada esquina. Depois das tainadas que por aqui certamente fará, aproveite para visitar o património local, beber um bom vinho à sua saúde e encher a mala do carro com artesanato típico e bons produtos da região, dos queijos aos enchidos.

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Escapadinha: as melhores coisas para fazer em Lamego

Comer

Comece este périplo gastronómico pela Casa da Rua (Rua de Almacave, 54), um espaço familiar que aposta nos petiscos, em tábuas de queijos e enchidos, e em hambúrgueres generosos. A meio da tarde, faça uma pausa na Pastelaria da Sé – Casa das Bôlas, em funcionamento desde 1966 (Rua Virgílio Correia, 16), e prove uma das muitas variedades. Além da tradicional, há bola de vinha d’alhos, de queijo e fiambre e até de sardinha. Ao jantar tem duas opções: o The Wine House Restaurant da Quinta da Pacheca (Rua do Relógio do Sol, 261), onde o chef Carlos Pires faz uma cozinha tradicional com os produtos típicos do Douro; ou o Vindouro (na foto, Travessa dos Fornos, 21), bem no centro histórico, com uma cozinha regional contemporânea e menus de degustação para quem ainda comia mais qualquer coisinha. 

Beber

Uma paragem na Quinta de Santa Eufémia (Parada do Bispo, 254 331 970), a pouco mais de 20 minutos de carro do centro de Lamego, vem mesmo a calhar. Até porque depois de tanta comida, um bom vinho é o que se quer. Situada na margem sul do rio, tem 45 hectares de vinha que produzem vinhos do Porto e do Douro. O processo de vinificação é feito em lagares de granito, como antigamente, onde as uvas são pisadas tradicionalmente, e o envelhecimento dos vinhos acontece em cascos de carvalho. As visitas à quinta e à adega custam 5€, mas se quiser provar alguns dos vinhos aqui feitos, as degustações, que podem ser acompanhadas por azeite biológico caseiro e outros aperitivos, vão dos 11€ aos 30€. Outra das curiosidades desta quinta é que nela podemos encontrar o marco pombalino número 27, o último da primeira demarcação dos territórios do Alto Douro Vinhateiro. 

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Visitar

Depois de tantas e boas calorias, porque não subir os 686 degraus que dão acesso ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, para minimizar os danos? Ex-líbris da cidade, este local sagrado fica no topo do monte de Santo Estêvão e não há postal onde não apareça formosamente retratado. No século XIV, este já era um local de devoção, mas só 400 anos depois é que aqui começou a ser construído este edifício de estilo barroco e rococó, com nove lanços de escadas, ao longo dos quais vai encontrar capelas, estátuas, fontes e obeliscos. Não deixe também de admirar o castanheiro junto ao santuário. Classificado como “Árvore de Interesse Público”, tem 700 anos. Ainda mais antiga é a Sé de Lamego (na foto, Largo da Sé), pelo menos, parte dela. Fundada em 1129 e obedecendo ao estilo gótico, foi crescendo ao longo dos tempos. O bonito claustro, por exemplo, é renascentista, e o altar principal, do Santíssimo Sacramento, é obra de um ourives portuense muito dotado que o esculpiu no XVIII. 

Comprar

Se não quiser sair de mãos a abanar, faça uma paragem na Casa Rodrigues (Rua da Olaria, 19), onde encontra alguns dos melhores produtos da região. Ao serviço de quem lá entra há mais de 20 anos, abastece os clientes com presuntos com e sem osso, salpicões, chouriças, queijos de mistura, azeites e azeitonas, vinhos do Porto e de mesa, e boas broas de milho. Na mesma rua, mas no número 61, abriram um outro espaço onde é possível petiscar. “Temos tábuas de queijos e enchidos, alheiras e moiras grelhadas – tudo feitinho e cortadinho na hora –, pregos no pão, sopa e pratinhos de pica-pau”, conta Cátia Rodrigues, filha dos donos deste negócio familiar. A 20 minutos de Lamego fica Lazarim, de que certamente já terá ouvido falar por causa do seu famoso Entrudo e das suas igualmente típicas máscaras. “Uma pessoa faz isto nos tempos livres, que é para não deixar morrer o Carnaval. Em Novembro vou buscar um amieiro de 20, 25 metros e começo a fazer as máscaras. Aproveito tudo, não deixo nada de fora”, conta José Ferreira Cabral, que há mais de 30 anos faz máscaras que vende para todo o mundo (rua Dr. Gonçalves da Costa, 17, Lazarim; 96 767 7886). 

E agora, descanse: três sítios onde dormir

  • Hotéis
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É num maravilhoso enclave do Vale de Abraão, a pouco mais de seis quilómetros de Peso da Régua, que o Six Senses Douro Valley se ergue majestoso e em sintonia com a natureza. Já foi lar de família – dentro desta casa senhorial do século XIX há uma torre e uma capela e nas zonas circundantes, vários lagos, jardins e uma floresta onde prosperam plantas exóticas, óptima para bons passeios pela fresca. Hoje é um alojamento de luxo com cerca de 60 quartos e suítes com vista para o vale e com pátios e varandas privativas. Estão equipados com confortáveis colchões e almofadas fofas de penas para noites bem dormidas, casas de banho espaçosas que convidam a banhos de imersão, e estão repletos de tecnologia intuitiva que torna a vida mais fácil para quem acaba de chegar. Quartos a partir de 500€/noite (época alta)

  • Hotéis
  • Grande Porto

A 15 minutos do centro de Lamego, esculpido na encosta e com vista para o rio e para as vinhas, o hotel Vila Galé Collection Douro acomoda os seus hóspedes nos 38 apartamentos que tem distribuídos por cinco andares. Todos com uma decoração moderna que aposta, sobretudo, no conforto. Depois de uma sesta reparadora ou de uma noite bem dormida, das duas, uma: ou se senta à mesa do restaurante Inevitável, com uma carta que aposta nos sabores regionais; ou mergulha na piscina interior aquecida do Satsanga Spa, que possui ainda uma outra de hidromassagem, no exterior.

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  • Viagens
  • Grande Porto

No que toca a ousadia ninguém lhe faz frente. A Quinta da Pacheca, que deve o seu nome a Mariana Pacheco Pereira (mulher notável que no século XVIII liderou sozinha e com prosperidade o rumo da propriedade), elevou o alojamento no Douro a um outro patamar quando anunciou ao mundo, em 2018, uma nova forma de aqui dormir: os Wine Barrels. As grandes pipas de vinho onde é possível pernoitar são um sucesso desde então, com camas confortáveis, vista para o Douro e uma clarabóia que permite a observação das estrelas. Se mesmo com todas as comodidades — os Wine Barrels são climatizados e têm casa de banho completa — preferir um alojamento mais tradicional, o Wine House Hotel aposta no turismo de charme com uma decoração mais clássica mas igualmente confortável. Quartos a partir de 200€/noite (época alta)

Mais coisas para fazer no Douro

  • Coisas para fazer

No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra era sem forma e vazia e os solos xistosos e difíceis de trabalhar. E Deus disse: “Faça-se luz”. E o sol inundou o vale, as raízes das videiras prosperaram por entre a rocha em busca de água, e ali, naquele recanto do mundo, nascia o verdadeiro Jardim do Éden. Tinha encostas cobertas por mantas de retalhos verdes e um rio que sulcava o vale com o seu azul profundo e misterioso. Bem, não é assim que o Génesis conta a história. Mas podia ser. E o fruto tentador do primeiro homem e da primeira mulher, aqui, não teria sido a maçã, mas sim um doce cacho de uvas tintas. O Douro é a primeira e mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo e, em 2001, foi considerada pela UNESCO como Património da Humanidade. Por isso, se procura o Paraíso, acabou de o encontrar, e ele está de portas abertas para o receber.

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Cabrito assado no forno a lenha, bochechas de porco bísaro, saladas de tomate coração de boi (quando é tempo dele), arroz de salpicão ou arroz de costela à lavrador, alheiras reinterpretadas à luz das novas tendências, tortas de laranja ou tartes de cereja de Resende. Do restaurante mais tradicional, onde se faz o mesmo prato da mesma forma há mais de 30 anos, ao espaço mais vanguardista, comandado por chefs com estrelas Michelin no currículo, a gastronomia duriense é rica e bem tratada. Andámos pela região vinhateira a meter a colher nos pratos dos melhores restaurantes, porque tão importante quanto os vinhos que aqui se fazem é a comida que os acompanha.

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  • Coisas para fazer
  • Caminhadas e passeios

Que o Douro é a região mais bonita do mundo já toda a gente sabe. Pode é não saber o que fazer quando lá estiver, ofuscado por tanta beleza natural. A pensar nisto, dizemos-lhe quais são as melhores coisas para fazer no Douro que lhe vão ocupar bem o tempo, encher bem o estômago e deixá-lo bem relaxado num hotel com uma bela vista sobre a paisagem. Está curioso? Enquanto vá abrindo a lista, que nós desvendemos um pouco: conte com passeios de barco, visitas a monumentos imponentes e viagens pela linha do Douro.

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