Santuário de Santa Luzia
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Viana do Castelo, entre o céu e o mar

A cidade tem mar, rio e montanha, boa gastronomia, hotéis históricos e lojas singulares.

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Viana do Castelo é uma terra que pertence ao mar – era daqui que partiam os navios da pesca de bacalhau – e isso está reflectido nos seus modos de viver e na sua gastronomia. Aqui come-se peixe de primeira, aprende-se a domar as ondas, compram-se peças de autor e alimentos a granel, dorme-se em espaços embrenhados na natureza, em casas históricas recuperadas e até numa antiga fábrica de chocolate. Não se esqueça de subir ao Monte de Santa Luzia – a pé, é só para valentes, mas há um funicular que faz a viagem até ao topo e o leva até ao Santuário de Santa Luzia e a um miradouro onde pode ver a cidade e o rio a beijar o mar.

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Comer e Beber

O peixe mais fresco está na Tasquinha da Linda (Doca das Marés A-10), um restaurante instalado num antigo armazém de pesca que recebeu o galardão Bib Gourmand do Guia Michelin. Aqui só servem peixe e marisco e a ementa varia consoante o que o mar oferecer nesse dia. A um preço médio de 25€ por refeição poderá experimentar pratos como a sapateira recheada, o polvo à galega ou a cataplana de peixe e marisco em caçarola de cobre.

São mais de mil as receitas de bacalhau registadas em Portugal, algumas delas baptizadas com o nome dos seus criadores. É o caso do bacalhau à Margarida da Praça, a cozinheira do centenário restaurante vianense. O Margarida da Praça (Largo 5 de Outubro, 58) reabriu em 2017 com uma nova ementa que aposta em receitas com história. O chef Ruben Gregório fez assim renascer o bacalhau da casa, uma receita de lombos assados com batata cozida e cebolada generosamente regada com azeite.

O restaurante Louro (Rua do Esteiro, 5) está atento à origem e frescura de todos os produtos, recuperando e reinventando os sabores tradicionais. Há propostas como ossobuco de forno com legumes assados, costela laminada semi-fumada com batata cremosa, massa fresca com amêijoas em seu caldo, polvo grelhado com puré de batata doce e opções vegan.

Todos os caminhos vão dar à Praça da República, onde existe agora um espaço com comida despretensiosa, bons petiscos e bom vinho. Com esplanada, cafetaria e pastelaria, o restaurante Ó Viana aposta no peixe fresco, nas carnes minhotas e em vegetais biológicos. Para um final doce, experimente as sobremesas caseiras como os bolos, queques, leite-creme e mousse de chocolate.

Bolas há muitas, mas há quem diga que as melhores do mundo são as da Confeitaria Manuel Natário (Rua Manuel Espregueira, 37). Dos fornos desta pastelaria saem diariamente cerca de mil bolas de Berlim polvilhadas com canela e a transbordar de um creme guloso. São vendidas como pãezinhos quentes, com longas filas à porta. Um motivo suficiente para ir em romaria até Viana do Castelo, só para as comer, mas na confeitaria há outros atractivos. Experimente, por exemplo, os biscoitos de Viana ou o pão-de-ló de Jorge Amado, que foi baptizado em homenagem ao escritor brasileiro, que imortalizou esta pastelaria na sua obra. 

Dormir

Acordar com o aroma do mar é um sonho tornado realidade num dos mais recentes hotéis de Viana. No meio do pinhal, a poucos passos da praia do Cabedelo, o FeelViana foi concebido como uma fusão entre o relaxamento e a prática desportiva. Ou seja, pode ficar a marinar o corpo no spa ou aproveitar as diferentes valências desportivas no ginásio e na praia. Ttem 46 quartos, nove bungalows, um lounge debruçado sobre a praia, bar, restaurante, spa e piscina interior.

No centro histórico da cidade, há óptimas opções de alojamento em casas históricas recuperadas. Amantes de chocolate, atenção ao hotel Fábrica do Chocolate (Rua do Gontim, 70), que ocupa o espaço que durante mais de 90 anos albergou a produção da Avianense. É hoje um hotel com 18 quartos, com um museu interactivo, restaurante e tratamentos de chocoterapia. Uma delícia.

Ao lado da estação de comboios, a Casa Melo Alvim (Av. Conde da Carreira) é o solar mais antigo da cidade, somando mais de 500 anos de história e ostentando detalhes de arquitectura que vão do estilo manuelino ao romântico. Há 20 quartos e suítes com preços a partir dos 65€ por noite.

A Dona Emília Guesthouse (Rua Manuel Espregueira, 6) foi criada em homenagem a uma senhora que combateu a ditadura e batalhou pelos direitos das mulheres. No rés-do-chão pode descobrir uma galeria, uma loja e uma oficina de bicicletas. O primeiro andar dispõe de uma cozinha, dois balneários e três quartos que podem ser adaptados a diferentes tipologias (duplo, triplo ou com camaratas para grupos). No segundo piso estão as três suítes, uma biblioteca e uma galeria de arte privada.

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Ao Ar Livre

Viana tem rio, mar, montanha e um centro histórico com uma morfologia excelente para andar de bicicleta, que pode alugar na mercearia À Moda Antiga. A correr ou em duas rodas, percorra a ciclovia da frente atlântica da cidade ou a ecovia do rio Lima.

Afife é uma das praias mais procuradas do Norte, pela grande extensão do areal e pelas condições para a prática de surf e bodyboard. Se nunca tiver experimentado, a escola Afife Boardriders Club trata do assunto.

A praia do Cabedelo é apreciada pela proximidade da cidade e pelas actividades náuticas potenciadas pelo vento. O FeelViana Sports Center aproveita estas condições naturais excepcionais com propostas variadas destinadas aos mais experientes e aos que se querem iniciar em actividades como o kitesurf, stand up paddle, bicicletas, windsurf, bodyboard, vela, ioga na natureza e muito mais. O hotel aluga todo o material e disponibiliza aulas. É só escolher.

Compras

A Objectos Misturados (Rua Mateus Barbosa, 32; na foto) é um sítio habitado por criaturas, monstrinhos e bonecos que provavelmente ganham vida quando as luzes se apagam. É uma galeria de ilustração, um ateliê e uma loja de artigos capazes de colorir os olhos de miúdos e não só. São objectos para usar, decorar ou brincar, concebidos por mentes criativas que se dedicam ao design e ao artesanato contemporâneo. Dá vontade de voltar a ser criança.

Magia é coisa que também não falta na Conto de Fadas (Alameda 5 de Outubro), uma loja especializada em caixas de música com carrosséis, caixas de bailarina, globos de neve e fadas.

Recheada dos sabores e saberes portugueses, os de outrora e os de agora, À Moda Antiga (Largo João Tomás da Costa, 63) é uma mercearia com um cantinho bistrô. O Armazém 66 (Rua da Bandeira, 66) acarinha as criações portuguesas contemporâneas – lápis que se transformam em árvores, árvores que se transformaram em gravatas, jardins suspensos, vinhos biodinâmicos. Se procura peças lá para casa, não perca o mobiliário vintage da Laranja (Rua dos Manjovos, 22) e a Modernística (Rua Gago Coutinho, 12), focada em mobiliário e design nórdico dos anos 1960.

Precisa de abastecer a despensa? Os hipermercados são uma coisa do passado. Lojas adeptas da sustentabilidade, como o Mercado a Granel (Rua de Aveiro, 69), são o novo futuro. Frutos, leguminosas, massas, farinhas, biscoitos, especiarias e até petiscos para os patudos, tudo pode ser comprado avulso, sem plástico desnecessário. A Sensiteas (Rua Grande, 25) é especializada em chás e infusões, mas também disponibiliza especiarias e aromas. A granel, claro. São vários os recantos a descobrir numa Viana do Castelo que está a crescer ao seu próprio ritmo: devagar, para ir cada vez mais longe.

Mais maravilhas do Minho:

  • Hotéis
Para respirar ar puro e lavar a alma, escolha alojamentos amigos do ambiente, mas sem sacrificar o conforto. Aqui, onde o Minho é ainda mais verde, encontra alojamentos de charme rústico, mas com as mordomias da modernidade. Rodeados de árvores autóctones, em harmonia com a natureza, com o chilreio dos pássaros e o cheiro das flores e frutos. Com casas em pedra e madeira, piscinas naturais, painéis solares, jardins biológicos ou até com quintas que funcionam como santuário para animais e para a flora selvagem. Lá fora, o verdejante Minho convida a caminhadas, a desportos e aventuras. Recomendado: Os melhores sítios para fazer glamping no Minho
  • Viagens
Acampar não é para toda a gente, já se sabe. Bichos rastejantes ou voadores, sons estranhos fora da tenda e um frio de rachar durante a madrugada são as queixas mais frequentes de quem já dormiu ao relento e não gostou. Se acampar da forma tradicional não é a sua onda, aqui tem uma lista com os melhores sítios para fazer glamping no Minho, ou seja, uma versão mais confortável e luxuosa de fazer campismo. Aqui vai encontrar tendas equipadas com cozinha e casa de banho, com camas de ferro com dossel e banheiras com vista para a Serra d'Arga, com wi-fi, ou decoradas ao estilo oriental. Boas férias. Recomendado: O melhor do Gerês
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  • Viagens
São lugares com uma vasta riqueza natural, histórica e gastronómica, cápsulas de um tempo em que a vida corria devagar. Partimos à procura das mais belas aldeias minhotas e chegámos a Soajo, Sistelo, Lindoso e Castro Laboreiro, que merecem, no mínimo, pelo menos uma visita nesta vida. Prepare as pernas e as câmaras fotográficas. Mas há mais para fazer por estas bandas. O Minho é rico em bonitas praias, pastelarias com doces de perder a cabeça, e uma série de galerias de arte que deve visitar. Leia o que se segue e fique a conhecer esta região um pouco melhor. Recomendado: As melhores cascatas no Minho
  • Compras
  • Chocolates e doces
Nos doces laboratórios de Braga, Barcelos ou Caminha não falta quem afine receitas clássicas ou invente combinações surpreendentes a partir de um ingrediente essencial: o chocolate. Conheça seis marcas minhotas que tratam o produto do caco como um rei.
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Umas são relíquias centenárias que souberam preservar a identidade e a qualidade, outras acabam de chegar e trazem vitalidade e imaginação. Umas esmeram-se em bolos tradicionais, outras inventam — e bem. De Braga a Guimarães, de Viana do Castelo a Arcos de Valdevez, de Barcelos a Esposende, conheça algumas das casas que dão bom nome à doçaria no Minho.
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