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Dez livros para este Verão

Estas são as novidades literárias para este Verão. Ponha-se à sombra e aproveite para pôr a leitura em dia.

Raquel Dias da Silva
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Está na hora de pôr as leituras em dia ou aumentar o monte que se está a acumular algures entre a sala de estar e o quarto. Não, não vale a pena sentir-se mal: livros nunca são demais. E – com ou sem ilustrações, em prosa ou em verso, para os pais, para os filhos ou até para a família inteira – são várias as novidades literárias para este Verão. Basta pensar no que precisa que lhe receitem. Uma boa dose de romance, de suspense ou de vida real? Há, mas não só. Entre thrillers, poesia, testemunhos reais e as pérolas de auto-ajuda de Bruce Lee, escolher não será tarefa fácil. Espreite e comece a preparar a lista de compras.

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Livros para este Verão:

1. À Descoberta das Ilhas Selvagens

Do mesmo escriba e com a mesma tripulação de Volta aos Açores em Quinze Dias, vencedor em 2023 do Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga, À Descoberta das Ilhas Selvagens convida-nos a alcançar uma reserva natural que se situa muito mais próxima das Canárias do que da Madeira e que suscitou uma histórica disputa entre Portugal e Espanha.

À Descoberta das Ilhas Selvagens. Diário de bordo de uma viagem à Madeira a fugir das tempestades e das orcas, de José Pedro Castanheira (Tinta-da-Chinha. 168 pp. 14,90€)

2. As Melhoras da Morte

Dez anos depois, Rui Cardoso Martins regressa ao romance com As Melhores da Morte. O protagonista é Cruzeta, que nos leva até ao Alentejo a propósito da morte apoteótica de um amigo. Nessa terra, onde nos podemos matar, mas não de aborrecimento, e as pessoas são capazes dos mais fantásticos tipos de grandeza, somos confrontados com uma grande aventura interior, repleta de dor e alegrias, fantasmas e afectos.

As Melhoras da Morte, de Rui Cardoso Martins (Tinta-da-China. 256 pp. 18,90€)

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3. Notas de um filho da terra

Escrita nos anos de 1940 e 1950, a matéria-prima desta colecção de ensaios é a própria vida e um momento-chave da formação do escritor: o reconhecimento de que as suas raízes estavam em África e que nenhuma das referências culturais que o rodeavam – Shakespeare, Bach ou Rembrandt – podia oferecer-lhe um espelho onde observar e pensar a sua herança. Em Notas de um filho da terra, James Baldwin investiga as complexas circunstâncias de se ser homem negro, activista e homossexual.

Notas de um filho da terra, de James Baldwin (Alfaguara. 208 pp. 18,45€)

4. A Irmandade Invisível

O novo livro de Joana Barros de Leitão faz-nos recuar à euforia de um país saído da ditadura. Em A Irmandade Invisível, quem nos guia é Vera, uma fotógrafa que se move no mundo da comunicação e do marketing político, ao mesmo tempo que não pára de procurar a amiga Belém, que desapareceu numa noite de Verão, em Santiago do Cacém, no final da década de 90. Restam-lhe apenas as memórias e os laços com outras mulheres, que, tal como elas, frequentavam o Colégio do Sagrado Coração de Maria, em Lisboa, nos tempos agitados do 25 de Abril e do PREC.

A Irmandade Invisível, de Joana Leitão de Barros (Oficina do Livro. 184 pp. 16,90€)

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5. Cenas Portuguesas

Como o título sugere, Cenas Portuguesas reúne um conjunto de cenas – são dez ao todo, numa prosa fluída e viva, ora sarcástica, ora nostálgica –, sobre uma certa forma de ser português. Entre os protagonistas, temos desde um tal Sr. Rato, ex-agente da PIDE e taxista nos anos 80 até uma Linda de Guadalupe, moça que nos anos 60 veio cantar para Lisboa e aí se perdeu.

Cenas Portuguesas, de António Carlos Cortez (Caminho. 272 pp. 17,90€)

6. Maravíkia

O primeiro lançamento do novo projecto editorial À/Parte, que quer prolongar o tempo de vida dos livros para lá da experiência de leitura, também marca o regresso de Carlos Canto Moniz à vida literária depois de Azul, em 2003, e Mil, em 2007. Com o amor, a liberdade e a morte a guiar a narrativa, a história de Maravíkia é a de um homem com pouco mais de 30 anos, que perde o pai na mesma altura em que está para casar com a mulher ideal. Em luto, começa a questionar o caminho que escolheu, e a pensar naquele que ainda está por escolher.

Maravíkia, de Carlos Canto Moniz (À/Parte. 432 pp. 16,90€)

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7. Niels Lyhne

Da infância bucólica e dos primeiros alvores da juventude na Dinamarca rural até à desolação existencial da maturidade em Copenhaga, o clássico Niels Lyhne (1880) é a história de um ateu e poeta desiludido com crenças e falsos consolos. Diz-se que ler sobre esta vida ficcional, na sua relação com as mulheres, as perdas trágicas e a angústia própria de um inconformista, foi capaz de marcar grandes nomes como Franz Kafka, James Joyce e Thomas Mann. 

Niesl Lyhne, de Jens Peter Jacobsen (Antígona. 280 pp. 17€)

Mais para ler:

  • Coisas para fazer
Tal como o viajante informado e atento convive com massas ignaras e indiferentes à cultura e história das regiões por onde passam em tropel apressado, enquanto fazem selfies frente a todos os monumentos e paisagens que integram o cânone turístico mundial, também os livros de viagens, que proporcionam uma visão reveladora do mundo e de nós mesmos, disputam hoje o espaço nas livrarias. Convivem com uma massa anódina de livros de prosa titubeante e infestada de lugares comuns e que, amiúde, mais não são do que uma soporífera compilação de episódios comezinhos sucedidos ao seu narcísico autor durante uma viagem (tantas vezes veloz e superficial) por paragens exóticas, polvilhada por meditações de filosofia de ervanária. Os seis títulos que se seguem fazem parte da primeira categoria e, na sua maioria, fogem ao padrão do livro de viagens. Recomendado: O que ler durante a quarentena?
  • Coisas para fazer
Duas obras são de ficção, é certo, e catapultaram os seus autores rumo ao estrelato na cena literária mundial (cada um recebeu o Prémio Nobel da Literatura); mas uma delas é um retrato fiel do último surto de peste negra em Inglaterra, durante o século XVII. Aqui tem três livros sobre outras pandemias, que não a Covid-19, para ler durante esta quarentena. De tão trágicas, pode ser que estas publicações o ajudem a pôr as coisas em perspectiva e a perceber que, afinal, não estamos assim tão mal e que podia ser bem pior. Fique em casa a ler. Proteja-se. A si e aos outros.  Recomendado: O que ler durante a quarentena?
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  • Coisas para fazer
Agora que a propagação da Covid-19 exige que as pessoas evitem sair à rua e a grande maioria dos eventos estão cancelados, há que pensar em programas dentro de portas. Se gosta de temas que envolvam o meio ambiente, aproveite esta lista, onde damos a conhecer seis livros sobre sustentabilidade que podem ser encomendados online. De resto, saiba que já há livrarias da cidade a oferecer os portes de envio para promover a leitura por estes dias.   Recomendado: Sete séries a não perder este mês
Ler, cozinhar, comer. A santíssima trindade por estes dias. Mas o que anda a comer é mesmo bom? E se em vez de se dedicar ao pão, começasse a produzir os seus próprios leites veganos ou a fazer umas quantas receitas dos Açores? Juntámos aqui sete livros de cozinha da fornada 2020 que pode comprar online. Têm histórias para aumentar a sua sabedoria gastronómica, dicas para mudar de regime alimentar ou simplesmente ideias para dar asas à criatividade, que por estes dias é capaz de já ser escassa. Bons cozinhados. Recomendado: 70 restaurantes do Porto com entregas e take-away
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  • Livrarias
O Porto é um paraíso para os amantes de livros, mas nesta altura as ruas estão vazias, as portas estão fechadas e as pessoas estão em casa. Com um bom livro, é mais fácil escapar à realidade que agora que nos prende entre quatro paredes. O prazer de ler – de desaparecer e de mergulhar num mundo melhor – é uma solidão bem acompanhada. Fique em casa, mas não fique sem livros. Apoie as livrarias independentes do Porto. Siga esta lista para saber onde pode continuar a encomendar as suas leituras. Recomendado: As melhores livrarias no Porto  
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