Em 2016 rumou a norte e mudou-se para o Porto, para estagiar na fábrica dos centenários tapetes de Beiriz, e, mais tarde, começou a trabalhar lá. Paralelamente, sempre teve os seus projectos e quando o volume de trabalho aumentou decidiu abrir um ateliê em nome próprio. As suas peças são feitas, em parte, com desperdícios de várias fábricas de tapetes, incluindo a de Beiriz.
O seu trabalho é inspirado no mar. Vanessa justifica-o dizendo que talvez seja por ter nascido e crescido numa zona costeira. “Lembro-me da primeira vez que vi corais e para mim foi uma experiência mesmo diferente”, conta. Em todos os seus tapetes aplica corais em croché feitos pelas avós, uma forma de as incluir no seu trabalho.
Recentemente, inaugurou a sua instalação mais ambiciosa: Botanical Tapestry, uma tapeçaria com 12 metros quadrados que está neste momento em exposição no aeroporto de Heathrow, em Londres. Durante a nossa visita ao seu ateliê no Bonfim, de onde saem bonitos tapetes cheios de cor e pormenores, que podem começar nos 800€, a artista estava a começar duas novas peças (bem mais pequenas) para uma galeria com quem colabora.
Está há três anos longe de casa e as saudades já apertam. Em Setembro vai deixar os tapetes de Beiriz e concentrar-se no seu ateliê. Quer voltar para o Algarve no próximo ano e ter uma vida mais calma. Lá vai conseguir estar mais próxima da família, ter mais espaço e, quem sabe, ter as suas próprias ovelhas.