Numa madrugada de Julho, o Pherrugem ardeu. Ardeu a sério. “Ficou tudo destruído, não deu para reaproveitar quase nada”, conta Renato Martins, um dos fundadores deste bar na Rua das Oliveiras, que já era há vários anos um porto seguro da noite portuense, sobretudo para quem quisesses dançar ao som de rock. Forçado a uma paragem de vários meses, por causa do que terá sido “um curto-circuito numa das máquinas”, o Pherrugem está finalmente pronto para renascer das cinzas. Com cara lavada, com conceito novo: assume-se agora como um gastrobar, orientado sobretudo para finais de tarde e inícios de noite preenchidos com petiscos e bebidas.
O incêndio foi um acontecimento para mais tarde recordar, pelas piores razões. Mas também acabou por se tornar numa oportunidade para renovar o entusiasmo, para recomeçar. “Antes disto já nos tinha passado pela cabeça mudar um pouco as coisas… Já tinham passado dez anos desde a abertura, a frescura tinha-se perdido”, confessa Renato Martins. “Fomos discutindo ideias e achámos que podíamos aproveitar isto como uma oportunidade para lançar um novo conceito. Além disso, temos outra idade, queríamos ter algo com que nos identificássemos mais.” No repensar do projecto entrou também para as contas o facto de os portuenses “terem vindo a adquirir novos hábitos, como beber o copo ao final tarde”, e a necessidade de contornar “as restrições de horário impostas pela Câmara”, assinala o responsável.
E o que há de novo? Neste renascido Pherrugem não vai existir pista de dança nem festas. A música rock continua presente, agora através de playlists e de DJs ao fim-de-semana, mas os protagonistas vão ser os comes e bebes. Francesinha, asinhas de frango à americana, nachos e tábuas de queijos e enchidos são alguns dos petiscos da carta. Nos copos, aumenta-se a oferta de vinhos, com referências de todas as regiões do país, introduzem-se alguns exemplares de cervejas artesanais portuguesas, juntam-se cocktails clássicos ao alinhamento e dá-se destaque às cervejas da gama 1927, da Super Bock, uma nova parceria que é logo anunciada na montra, com barris a condizer. Lá dentro, tudo mudou. Há agora três espaços distintos: uma sala direccionada para as refeições, uma zona “lounge-bar” com máquinas de jogos e uma “sala de bebidas”, com o balcão e a cabine de DJ. “Quisemos manter o espírito do Pherrugem com uma nova oferta, um novo horário, uma nova abordagem e uma nova decoração”, resume Renato Martins. Fica o convite, aplicável a todos os dias da semana – “o que já era uma característica do Pherrugem”.