Há mar e mar, há ir à Madeira e voltar
Mas antes, algumas informações úteis: das 28 espécies oficiais que podem ser observadas ao largo da Madeira, apenas duas, os golfinhos comuns e os pintados, permitem aproximação humana. Os outros, dizem os especialistas, são um bocadinho avessos à confusão e quando se sentem “apertados” podem tornar-se antipáticos (a ideia de um golfinho antipático parece uma contradição, mas que os há, há).
A Rota dos Cetáceos é uma empresa de animação turística que gosta de fazer pessoas felizes e, a pensar em quem tem o sonho de privar com os mamíferos mais fofinhos dos mares, organiza três viagens de barco diárias (08.45, 12.30 e 16.00), com partida do porto do Funchal, que prometem um contacto muito próximo com os bichos no seu habitat natural. O passeio é feito num semi-rígido e tem a duração de cerca de 2 horas e 30 – a quem costuma enjoar nestas andanças aconselha-se a toma de um comprimido de precaução já que as condições marítimas podem não ser especialmente tranquilas. Os adultos pagam 49,50€ para a observação simples e 65€ se quiserem entrar na água e tentar um contacto. Esta pode ser a primeira aventura marítima na Madeira, e talvez até seja a mais emocionante, mas não deve ser a única.
A temperatura da água do mar a 21ºC pode ser a desculpa perfeita para desafiar o equilíbrio numa aula de stand up paddle. Não é uma aula comum, não, senhores, é um dois em um que junta, naturalmente, a aprendizagem da técnica de remar em cima de uma prancha de surf com uma visita guiada e comentada pela costa. Garantir uma experiência genuína e de conhecimento das tradições locais enquanto desfruta da beleza do cenário, é a missão da Madeira Native Motion, empresa líder no arquipélago no que toca a actividades em terra e mar, desde surf trips, caminhadas e trilhos, mergulho, passeios de barco ou bicicleta, canoagem ou stand up paddle, recentemente acrescentado à oferta. A experiência de paddle inclui um passeio de prancha ao largo da costa em sessões privadas ou de grupo (a partir de 60€ por pessoa) e tem a duração de 2 horas e 30.
E porque o mergulho faz parte da lista de actividades obrigatórias em qualquer destino de mar, ir à Madeira e não descer às profundezas do Oceano Atlântico é deixar a coisa pela metade. Ao largo da ilha existem várias áreas naturais protegidas como o Parque Marinho Eco do Funchal, a Reserva Garajau e as Ilhas Desertas (há passeios guiados por marcação mas se a ideia era aproveitar um dia de praia entre a areia branca e o mar translúcido que verá nas fotografias do Google, pode já esquecer: visitar é possível, permanecer nem por isso). Mas voltando ao tema do mergulho: importa saber que a Madeira se caracteriza pela ausência de plataforma continental, facto que permite que se encontrem grandes profundidades bem perto da costa. Vai daí é de aproveitar a viagem para conhecer a fundo a biodiversidade local, rica em peixes pelágicos, mamíferos marinhos e tartarugas. Através do centro Explora Madeira pode inscrever-se em aulas de mergulho livre (em apneia) ou autónomo durante uma viagem de barco que acompanha e explica as diferentes espécies de fauna e flora presentes na ilha. As viagens são combinadas directamente entre a escola e o cliente e os cursos de iniciação são sempre personalizados (para cada aluno, um instrutor), até um máximo de quatro pessoas por sessão.
No final de tanta aventura e de ter a cabeça cheia de informação, vai saber bem aterrar numa cama fofa e entregar o corpo aos cuidados do melhor spa da ilha. Instale-se no grandiosíssimo Savoy Saccharum Resort & Spa (Rua Serra de Água, 1, Arco da Calheta. Tel. 29 182 0800. Desde 110€), e entre num merecido retiro de descanso – a praia privativa é uma delícia para fugir à confusão turística da época.