Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário
Museus e Monumentos de Portugal
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Melhores exposições documentais para ver em Lisboa

Colecções, arquivos, património natural e cultural, saber como funcionam as coisas? Bem-vindo ao cantinho das documentais.

Helena Galvão Soares
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Há uma exposição sobre a dança em Portugal na Gulbenkian e outra sobre os mitos e realidades do colonialismo português no Museu de Etnologia. O Mude inaugurou a sua exposição permanente e a entrada é grátis à sexta ao fim da tarde. Raul Hestnes Ferreira está em destaque no piso 0 do MAC/CCB com uma exposição com curadoria de Patrícia Bento d’Almeida, Paulo Tormenta Pinto e Alexandra Saraiva. Vai haver várias visitas guiadas a obras do arquitecto – apresse-se a marcar. No Museu de LIsboa|Palácio Pimenta há toda uma nova ala para descobrir no primeiro andar, dando-se assim por concluída a reformulação do museu, iniciada em 2015. E no Pavilhão Preto, não perder "Lisboa em revolução 1383-1974". No Museu de História Natural e Ciência, não perca a excelente "Illustrare", sobre ilustração científica portuguesa.

 

Exposições documentais em Lisboa

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  • Lisboa

A exposição "Dança não dança” encerra um programa mais amplo, intitulado “Dança não dança – arqueologias da nova dança em Portugal”, que procura situar aquilo a que nos anos 1990 se chamou a Nova Dança Portuguesa, fazendo um levantamento das diferentes manifestações de dança desde o modernismo do início do século XX até ao início do XXI. A exposição resulta de um trabalho colectivo e agrega materiais de arquivo e registos de dança – audiovisuais, fotografias, cartazes, publicações – expostos ao longo de sete salas, num percurso que dá conta das transformações sociais e culturais e do discurso sobre o que pode ou não pode ser considerado dança. A Nova Dança veio desestabilizar o que se entende por dança e as próprias noções de corpo e da sua representação nos fins de 1980s, inícios de 1990s, e foi por isso o ponto de partida para este projecto com curadoria de João dos Santos Martins, Ana Bigotte Vieira, Carlos Manuel Oliveira e Ana Dinger.

Fundação Calouste Gulbenkian, Galeria do Piso Inferior. Avenida de Berna, 45 A. De 15 Nov até 13 Jan. Qua-Seg 10.00-18.00. Entrada livre

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Em ano de celebração dos 50 anos do 25 de Abril, o colonialismo português em África era um tema incontornável. Não tanto a contribuição de peso que a Guerra Colonial teve para a revolução, mas antes a história do discurso da ideologia colonial. A exposição "Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário. O Colonialismo Português em África: Mitos e Realidades" contou com o trabalho de trinta investigadores e o contributo de várias instituições, nacionais e estrangeiras, que cederam a vasta documentação iconográfica apresentada nos painéis explicativos. A essa documentação acrescem as mais de 100 obras de arte africana expostas, das colecções do Museu Nacional de Etnologia. Leia a notícia completa aqui.

Avenida da Ilha da Madeira. Ter 14.00-18.00, Qua-Dom 10.00-18.00. Até 2 Nov 2025. 5€ (grátis ao abrigo das 52 entradas livres anuais para residentes em Portugal)

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  • Arte
  • Baixa Pombalina

Em "Para que servem as coisas?" – interpelação que não é para levar à letra – é proposta uma viagem por 120 anos de design através do acervo do Mude, nas vertentes da moda, produto, design gráfico e matéria documental. Hoje, o Mude conta com cerca de 17.000 itens e um conjunto de colecções transversais a muitas áreas do design, incluindo as de maior especificidade como o design gráfico ou o design de cena. Ao longo de 19 núcleos, distribuídos por mais de três mil metros quadrados, o visitante é levado a serpentear por entre décadas, movimentos, discursos e inovações. Observar a evolução do design desde 1900 até aos nossos dias é uma das leituras possíveis, tal como compreender a história através dos objectos, ver como as mulheres saltaram para a fila da frente as opções curatoriais ou ainda comparar o contexto internacional com o passo português, uma completa novidade na exposição que se quer como "coluna vertebral" do Museu do Design. No quarto piso, o Mude deu lugar ao processo a montante, com quatro casos práticos de como o design se relaciona de forma orgânica com áreas como a música, o cinema e o teatro.

Mude. Rua Augusta, 24. Ter-Qui e Dom 10.00-18.00, Sex, Sáb 10.00-20.00. 11€ (visita guiada +2€). Grátis Sex 17.00-20.00 e Dom 10.00-14.00 para residentes no concelho de Lisboa. Entrada livre até 3 Nov (Dom)

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A nova exposição da Narrativa, inaugurada a 1 de Novembro, dá a conhecer o mundo obscuro das feiras e exposições de armas. Entre 2016 e 2023, o fotógrafo russo Nikita Teryoshin foi a 16 feiras de armas para ficar a saber o que acontece antes de as guerras começarem. O trabalho que resultou disso, "Nothing Personal – The Back Office of War", venceu o World Press Photo na categoria de Assuntos Contemporâneos.

NARRATIVA. Rua Dr. Gama Barros, 60. De 1 Nov até 21 Dez. Qua-Sex 14.00-19.00, Sáb-Dom 14.00-17.00. Entrada livre

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  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

O Museu de Lisboa começou a preparar a sua exposição comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril em 2022 e o resultado pode ser visto no Pavilhão Preto. Chama-se “Lisboa em revolução 1383 – 1974. 6 momentos que mudaram a nossa história. 1383, 1640, 1820, 1836, 1910, 1974”, é comissariada por Daniel Alves, do Departamento de História e Instituto de História Contemporânea da Nova-FCSH, e tem projecto expositivo de António Viana (espere rigor, beleza – e surpresa).

Além de ecrãs em que é feito um enquadramento histórico de cada um dos seis momentos revolucionários, vai encontrar expostos objectos extraordinários (como a reconstituição de um telégrafo visual e uma montagem do levantamento da planta de Lisboa de 1904-11, que junta as 249 plantas que o compõem e que cobre toda a parede que abre a exposição, apesar de estar em escala reduzida), e objectos nunca antes vistos, como o mapa de Portugal com o planeamento da operação militar do 25 de Abril, cedido por um dos capitães do Conselho da Revolução. A título de curiosidade, há ainda um desconcertante quadro que visto de um ângulo é um retrato de D. Miguel e de outro a cabeça de um burro.

 “Temos 135 peças expostas e só 40 são do Museu de Lisboa, o resto veio de fora. Foi uma exposição muito desafiante, tentámos ir ao encontro das escolhas do comissário”, diz Paulo Almeida Fernandes, investigador do Museu de Lisboa e coordenador da exposição. “Tenho que dizer que foi muito divertido fazer esta exposição, com esta equipa extraordinária, divertimo-nos muito. Espero que isso se note na exposição”, diz Daniel Alves. A parede que fecha a exposição, com frases surrealizantes da época, como “Nem mais um faroleiro para as Berlengas”, “Nem mais um anticiclone para os Açores”, dá certamente uma nota de humor. Mais subtil será o quadro de Salazar exposto sobre uma cadeira, composição a que António Viana chegou enquanto visitávamos a exposição ainda em montagem. A não perder.

Pavilhão Preto, Palácio Pimenta, Museu de Lisboa, Campo Grande, 245. 26 Mai-05 Jan. Ter-Dom 10.00-18.00. 3€ (entrada livre ao domingo). Visitas orientadas pelo comissário, Daniel Alves: 9 Jun 11.00, 21 Set 15.00, 5 Out 11.00, 30 Nov 15.00, 8 Dez 11.00 (3€, inclui museu)

  • Arte
  • Belém

Raúl Hestnes Ferreira está em destaque no piso 0 do MAC/CCB. Até 13 de Abril, pode visitar a exposição que se debruça sobre o processo de trabalho do arquitecto português, em particular sobre o desenho a carvão e pela constante experimentação da arquitectura. "Trata-se de um método profundamente disciplinar no qual as decisões de projecto emergem nas manchas carregadas dos traços firmes. Formas puras e tipologias clássicas enredam-se neste modo de fazer, sedimentando-se numa arquitetura robusta que explora as qualidades dos materiais na sua expressão natural, sem quaisquer filtros ou artifícios", pode ler-se no texto de apresentação. A exposição é organizada pela Fundação Instituto Marques da Silva e tem curadoria de Patrícia Bento d’Almeida, Paulo Tormenta Pinto e Alexandra Saraiva. Esta última fará uma visita guiada já no sábado, 19 de Outubro, às 16.00.

MAC/CCB. Praça do Império. Ter-Dom 10.00-18.30. 12€ / 7€ para residentes em Portugal (grátis ao Dom até às 14.00). Visita guiada 19 Out 16.00: gratuita, com inscrição no formulário e aquisição de bilhete de entrada do museu

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  • Estrela/Lapa/Santos

Estas não são umas estampas quaisquer. A mais recente exposição do Museu do Oriente enaltece a relação entre duas das mais proeminentes artes japoneses, a xilogravura e o Kabuki, uma forma de teatro popular. A mostra exibe 91 estampas e 11 objectos do acervo da Fundação Oriente nunca antes mostrados, numa viagem pelos bastidores desta expressão cultural, desde meados do século XVIII ao início do século XX. A preparação dos actores, o estatuto de celebridade que tinham na época, a estrutura dos palcos, instrumentos musicais, trajes e adereços. Estão também previstas quatro visitas guiadas pelas comissárias da exposição, Hannah Sigur e Beatriz Dantas (27 Set, 25 Out, 15 Nov e 13 de Dez). 

Avenida de Brasília, Doca de Alcântara. De 27 Set até 29 Dez. Visitas guiadas: 27 Set, 25 Out, 15 Nov e 13 de Dez. Ter-Dom 10.00-18.00, Sex 10.00-20.00 (entrada gratuita das 18.00-20.00). 8€

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  • Lumiar

Um edifício conta muitas histórias. Ainda mais quando esse edifício viveu umas quantas e fez subir ao palco muitas mais. Com curadoria de Tiago Bartolomeu Costa, a mostra tem fotografias, maquetes, trajes, desenhos e tudo o que se possa imaginar, e é uma oportunidade para ver curiosidades como os figurinos que fizeram parte da encenação de Auto da Alma, por Almada Negreiros, ou um cartaz com o desenho técnico da construção do fosso de 20 metros de profundidade onde foi instalado o palco giratório nas obras de 1964-78. 

Erigido em 1846, o Teatro Nacional D. Maria II partiu da ideia de criar um teatro para o país que apresentasse um repertório que reflectisse a identidade cultural e política de Portugal. A presente exposição parte da mais célebre deixa do teatro português, "Romeiro, romeiro, quem és tu?" para reflectir sobre tudo isto. Leia a notícia aqui.

Museu Nacional do Teatro e da Dança. 6 Jun-29 Dez. Ter-Dom 10.00-13.00, 14.00-18.00. Próximas visitas comentadas: 12 Out (Sáb) e 7 Dez (Sáb). 5€ (entrada livre ao abrigo dos 52 dias de visitas grátis)

 

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Com os soldados romanos, chegavam também à Península Ibérica as suas mulheres, escravas e amantes, de que a história pouco reza. Nesta exposição, os objectos encontrados no sítio arqueológico de Augusta Emerita - a actual Mérida, que era capital da província romana da Lusitânia, à qual Felicitas Iulia Olisipo/ Lisboa pertenceu administrativamente - permitem dar voz a estas mulheres e recuperar o rasto das suas vidas. Integrada na programação da Mostra España, esta exposição é uma parceria do Museu de Lisboa-Teatro Romano com o Festival Internacional de Teatro Clássico de Mérida, o Consórcio Ciudad Monumental de Mérida e o Museo Nacional de Arte Romano.

Museu de Lisboa-Teatro Romano. Rua de São Mamede, 3 A. De 2 Out até 24 Nov. Ter-Dom 10.00-18.00. 3€ (entrada livre ao domingo até às 14.00 para residentes no concelho)

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  • Vida urbana

Do Marquês à Expo’98. Há 350 anos de história na renovada ala do Museu de Lisboa | Palácio Pimenta. Mais do que uma reabilitação do património edificado – que começou em 2015 no piso térreo e em 2021, com a reabertura deste, no andar de cima –, o discurso museológico foi reorganizado, reescrito e enriquecido. Numa linha cronológica, começa agora com os primeiros achados arqueológicos, do Paleolítico até ao século XVII, altura em que os visitantes são encaminhados para a nova ala – 11 salas onde a história de Lisboa é pormenorizadamente contada até ao final do século XX. Leia mais aqui e aproveite a entrada livre ao domingo para ir conhecer as novidades.

Museu de Lisboa| Palácio Pimenta. Campo Grande, 245. Ter-Dom 10.00-18.00. 3€ (entrada livre ao domingo)

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