A Rua é Sua - Arroios
Gabriell VieiraA Rua é Sua - Arroios
Gabriell Vieira

As novas obras de arte urbana em Lisboa

Os artistas de arte urbana têm saído à rua para, legalmente, darem novas cores à cidade.

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São muitos os artistas urbanos que têm encontrado na cidade de Lisboa as telas perfeitas para exprimir a sua arte. Uma arte cada vez mais apoiada não só pela Câmara Municipal de Lisboa (através da Galeria de Arte Urbana) e juntas de freguesia, mas também por vários negócios locais. A cidade ganha todos os meses novas e grandes peças de arte urbana, graças aos muitos os talentos que saem à rua para dar novas cores à cidade, tendo por base os mais variados temas. Seguimos o cheiro da tinta e propomos um roteiro fresquinho para descobrir com as novas obras de arte urbana em Lisboa.

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As novas obras de arte urbana em Lisboa

A Rua é Sua do Colectivo Artístico Boa Hora Estúdio

Foram várias semanas de rodopio de baldes e tintas em torno do Mercado de Arroios. As cores tomaram conta do chão e os desenhos do Colectivo Artístico Boa Hora Estúdio revelaram-se à população que todos os dias ali passa. Onde antes estavam carros estacionados, agora circulam pessoas e instalam-se esplanadas. Era essa mesmo a intenção do projecto A Rua é Sua, lançado pela Junta de Freguesia de Arroios em articulação com a Câmara de Lisboa e Galeria de Arte Urbana: reduzir a velocidade da circulação automóvel e o estacionamento desregrado e criar as condições de agradabilidade e segurança necessárias para as pessoas se apropriarem do espaço público, de o tornarem seu. 

Apeadeiro de Marvila de LS

Depois de obras de requalificação promovidas pela Infraestruturas de Portugal, o Apeadeiro de Marvila está de cara lavada, foi intervencionado pelos artistas LS e Styler (pode ver a obra aqui). Nesta intervenção mais recente, LS acabou por pintar rostos do bairro de Marvila neste abrigo do Apeadeiro, tendo o artista representado várias etnias para uma obra inclusiva que fosse o espelho do bairro.

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Mural em Arroios de Mariana Duarte Santos

Numa empena lateral à igreja, na Rua Nova do Desterro, há uma nova obra de arte urbana sob a chancela da Galeria de Arte Urbana (GAU), da Câmara Municipal de Lisboa, e em parceria com a Junta de Freguesia de Arroios. Mariana Duarte Santos, habituada a trabalhar com pintura a óleo, desenho, gravura e mais recentemente pintura de mural, é quem assina a obra que tem como base o trabalho do fotógrafo Artur Pastor, um dos grandes nomes da fotografia portuguesa do século XX. A fotografia de Artur Pastor que serviu de inspiração à artista está no Arquivo Municipal de Lisboa – que integra no seu acervo desde 2011 o fundo deste fotógrafo – e retrata um merceeiro de uma loja tradicional que existiu em tempos nesta zona da freguesia, na década de 50.

Lisboa Menina e Moça de Mário Belém

A fachada da biblioteca Manoel Chaves Caminha, na Avenida Rio de Janeiro, está mais colorida e florida, graças à mais recente encomenda da Junta de Freguesia de Alvalade que decidiu dedicar ao fadista Carlos do Carmo, que morreu a 1 de Janeiro, uma obra de arte urbana, a Lisboa Menina e Moça – como o fado que desde a morte de Carlos do Carmo passou a ser a canção de Lisboa. O mural é da autoria do artista Mário Belém, que não quis cair no chavão óbvio da varina e substituiu a figura por uma menina e moça sentada numa pilha de livros. A imagem é complementada com outros elementos alusivos à cidade como um vinil de Carlos do Carmo, um manjerico, o Santo António, monumentos, eléctricos e até um corvo. A obra demorou seis dias a ser finalizada e entra para o roteiro de arte urbana da Junta de Freguesia de Alvalade como a 17.ª obra do bairro. Essa rota pode ser consultada aqui.

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It’s all in the eyes de D*Face

Dean Stockton é um dos grandes, mas talvez as campainhas só comecem a soar se lhe chamarmos D*Face, um dos maiores nomes da arte urbana a nível mundial. O artista britânico mudou-se de latas e bagagens para Lisboa durante umas semanas para deixar marca no Parque das Nações, o bairro onde vai decorrer a 4.ª edição do Festival MURO, de 22 a 31 de Maio de 2021. O mural gigante está lá para ver e ser visto, até porque estas paredes além de ouvidos, têm olhos. Está a meia dúzia de passos da Estação do Oriente, na Avenida Aquilino Ribeiro Machado, e dá-lhe uma razão para parar, olhar e ser olhado pelos pares de olhos que D*Face deixou por lá na sua estreia em Portugal. 

Antes perdida por aqui algures, do que a caminho de nenhures... de Mário Belém

Ao abrigo do Programa de Arte Pública da Galeria Underdogs em parceria com a Galeria de Arte Urbana (GAU) da CML, 2021 arrancou com mais uma obra de Mário Belém. Antes perdida por aqui algures, do que a caminho de nenhures... ⁠⁠ocupa uma longa empena de um prédio no número 2 da Rua Damasceno Monteiro, na Graça, e foi desenhada ainda durante o primeiro bloqueio em Portugal, em 2020. “Na altura, a ideia era reflectir como passamos a maior parte do tempo de costas para o mundo, a olhar para nós próprios, com saudades de experiências passadas, de acordo com a GAU. Num segundo confinamento, contexto em que a obra foi pintada, a mensagem parece adquirir um significado mais forte na esperança de que melhores dias virão, menos cinzentos e mais floridos.

Arte pública

  • Coisas para fazer

Entre as diferentes propostas visuais, encontramos obras de artistas como Odeith, Akacorleone, Vile e Smile. Pode vê-las num acervo virtual ou aproveitar para programar um passeio em família com este roteiro de arte urbana na Amadora, onde procurámos reunir alguns dos melhores graffitis.

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